Vítima Inconsciente
1. VÍTIMA INCONSCIENTE
Este caso é, sem dúvida, o caso mais grave que se pode apresentar ao “RD” já que acontecendo no meio subaquático torna a sua resolução muito mais urgente se queremos obter êxito.
Para conseguir este resultado o “RD” deve estar preparado para proceder à pesquisa do mergulhador no caso dele não estar à superfície e terá eventualmente que aplicar técnicas de reanimação que lhe permitam fazer a recuperação da vítima.
Os procedimentos adquiridos nos cursos de especialização de Suporte Básico de Vida, Administração de Oxigénio e Pesquisa e Recuperação, devem estar bem presentes, sendo o treino frequente a chave para o seu sucesso.
Os processos a seguir descritos poderão ter que ser adaptados às condições reais do acidente pelo que o “RD” deverá ser suficientemente criativo na tentativa de resolução do problema.
2. O TRANSPORTE DA VÍTIMA INCONSCIENTE PARA A SUPERFÍCIE
Se a vítima for encontrada inconsciente e com paragem respiratória ela deve ser trazida o mais rapidamente possível para a superfície, nunca esquecendo a velocidade limite de subida, a fim de que lhe seja prestada assistência respiratória.
Os procedimentos a seguir são:
- Ao descobrir a vítima deve memorizar o maior número de detalhes do quadro que se lhe apresenta para posteriormente poder descrever a situação (posição da vítima, se está presa, se a máscara e regulador estão fora do lugar, se a causa do acidente é evidente, etc.).
- Se a vítima tem o regulador na boca deve manter-se colocado durante a subida pois isso evitará a entrada de água na boca permitindo no entanto que o ar existente nos pulmões se liberte naturalmente.
- Se a vítima não tem o regulador na boca não há necessidade de perder tempo a colocá-lo, pois durante a subida, o ar ao expandir-se, impede parcialmente a entrada de água, não correndo a vítima o risco de ter uma sobrepressão pulmonar.
- A vítima deve ser segura firmemente na posição vertical, mantendo a cabeça na posição normal, devendo o salvador com uma das mãos manter o regulador na boca da vítima enquanto que com a outra manobra a válvula de enchimento do colete do acidentado, controlando assim a velocidade de subida de ambos, mantendo sempre uma flutuabilidade positiva. Se for necessário o cinto de lastro da vítima deverá ser largado tomando-se as precauções já anteriormente descritas.
NÃO PUXE A CABEÇA DA VÍTIMA PARA TRÁS NEM LHE APERTE O PEITO PARA DESPEJAR O AR DOS PULMÕES. NÃO É NECESSÁRIO!
Durante a subida o “RD” dever esquematizar mentalmente quais os procedimentos que vai iniciar uma vez chegados à superfície devendo, se entretanto não fez, largar o cinto de lastro da vítima, mantendo o seu colocado pois tornar-se-á mais fácil proceder às manobras de respiração artificial no processo da reanimação.
3. VÍTIMA INCONSCIENTE À SUPERFÍCIE
Se o mergulhador for encontrada inconsciente à superfície, o “RD” deve o mais rapidamente possível colocar a cara da vítima fora de água, , encher-lhe o colete para a colocar de imediato em flutuabilidade positiva e verificar se ela respira (Curso de SBV). A manobra de virar a vítima para a colocar de barriga para cima é relativamente fácil desde que o “RD” cruze os seus braços e depois de agarrar os pulso da vítima, que tem os braços esticados para a frente, os descruze fazendo assim a vítima rodar.

Caso se verifique a ausência de respiração e se constate que a retirada da vítima da água pode ser feita de imediato é aconselhável que o “RD” reboque a vítima rapidamente até ao local de saída e só depois iniciar as manobras de recuperação que se tornarão assim muita mais fáceis de executar.
Se a distância for grande o processo de reanimação deve ser começado imediatamente, mantendo-se durante o reboque, mesmo que haja suspeita de uma paragem cardíaca.