Termoluminescência
Este método de datação baseia-se na constatação de que as estruturas cristalinas contêm pequenas quantidade de elementos radioativos que se degradam a uma velocidade conhecida. Falamos, concretamente, do urânio 238, do tório 232 e do potássio 40. Durante a sua degradação, estes emitem radiação alfa, beta e gama com que bombardeiam a estrutura cristalina fazendo deslocar eletrões que se fixam em zonas imperfeitas do cristal.
Através das técnicas da termoluminescência é possível datar qualquer objeto que tenha sido aquecido a elevadas temperaturas (≥500ºC) por ação humana (como a cerâmica ou as pedras de uma lareira) ou por ação natural (como uma erupção vulcânica). Pela comparação entre a energia armazenada no momento do aquecimento e a energia acumulada anualmente por estes minerais, é possível conhecer o tempo decorrido desde o último grande aquecimento. Esta quantidade de energia é medida pela luz (termoluminescência) emitida aquando da dessegregação dos eletrões destes objetos quando se reaquecem a elevadas temperaturas os seus minerais constituintes.
Apesar de apresentar uma margem de erro relativamente reduzida, a termoluminescência não é uma das técnicas de datação absoluta mais utilizadas. Tal prende-se com o fato de se tratar de um método de datação destrutivo e de a datação obtida corresponder sempre ao último grande aquecimento dos objetos. Significa isto que, por exemplo no caso do navio Ria de Aveiro A, a datação obtida pela análise da carga cerâmica corresponderia, não à data de fabrico das peças, mas do incêndio da embarcação. A mesma questão se coloca, por exemplo, para um sítio pré-histórico localizado numa área alvo de incêndios sucessivos ao longo dos séculos.