Lesson 1, Topic 1
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Técnicas de Controlo de Equilíbrio e Flutuabilidade

A navegação subaquática, para ser realizada confortavelmente e com o mínimo esforço, requer um equilíbrio perfeito e um controlo adequado do equilíbrio. Só dessa forma iremos conseguir mantermos um percurso ou estarmos parados na profundidade desejada. 

O domínio das técnicas de controlo do equilíbrio e flutuabilidade são importantes para controlarmos obstáculos sem recorrer a movimentos bruscos ou ao uso do ar da nossa garrafa com insuflações desnecessárias do nosso colete de mergulho. Outra questão está relacionada com a otimização do esforço, eliminando quaisquer movimentos violentos, melhoria da técnica de deslocamento permitindo que o nosso consumo de ar seja mais reduzido.

Como mergulhadores com alguma experiência, devemos conhecer e certamente recordar bem os princípios sobre os quais se baseia a flutuabilidade e o equilíbrio, que não são outros senão a lei de Boyle-Mariotte e o princípio de Arquimedes. 

Para se recordar, mencionaremos simplesmente que para nos mantermos equilibrados, o peso do mergulhador e de todo o seu equipamento deve ser igual ao impulso a que estamos sujeitos.

Quando se trata de um mergulhador autónomo, a grande maioria dos elementos que compõem o equipamento têm um peso aparente que praticamente coincide com o peso real, outros, pelo contrário, têm um impulso significativo que faz com que o seu peso real seja significativamente diferente do peso aparente. 

O quadro seguinte mostra quais dos elementos que compõem o equipamento tradicional de um mergulhador pertencem a uma categoria e quais pertencem a outra.

Materiais com peso aparente semelhante ao peso realMateriais com peso aparente diferente do peso real
Regulador, medidor de pressão, octopusColete
Computador e dispositivos de controlo (relógio, gráficos, medidor de profundidade, etc.)Fato
Lanterna, faca, bússola e acessórios semelhantesGarrafa
Cinto de lastroMergulhador

Materiais com Peso Aparente Semelhante ao Peso Real

Os elementos do lado esquerdo da prancha não são motivo de preocupação, pois não alteram a sua flutuabilidade durante o mergulho e, portanto, não afetam o equilíbrio e, portanto, o controlo da navegação.

Materiais com Peso Aparente Diferente ao Peso Real

O principal problema surge dos elementos do lado direito da prancha, aqueles cuja flutuabilidade varia durante o mergulho, seja por causa da profundidade, tempo ou respiração.

Se formos capazes de controlar as variações de flutuabilidade destes elementos, poderemos navegar confortavelmente mantendo um equilíbrio perfeito, sem fadiga e desfrutando plenamente do mergulho. Além disso, nestas condições, a segurança aumenta e o controlo sobre o próprio mergulho e sobre o dos nossos companheiros é muito maior.

As técnicas para controlar a flutuabilidade e o equilíbrio durante um mergulho são diversas, mas vamos ater-nos às mais simples e comuns, distinguindo dois grandes grupos:

  • Pequenas variações de flutuabilidade
  • Grandes variações de flutuabilidade

Pequenas variações na flutuabilidade


As pequenas variações na flutuabilidade correspondem geralmente a duas situações típicas: 

  • Pequenas mudanças de profundidade
  • Consumo de ar da garrafa 

O consumo do ar da garrafa influência todos os tipos de mergulhos, mas felizmente não é muito percetível, a menos que o ar seja consumido de forma excessiva, o que causaria efeitos mais graves, tais como possíveis hiperóxia, dores de cabeça, tonturas, etc.

Na figura acima podemos ver o caso de uma garrafa quase cheia (esquerda) onde o peso da garrafa é maior do que a sua flutuabilidade puxando-nos para o fundo (flutuabilidade negativa). No caso de uma garrafa meio cheia (centro) com peso e flutuabilidade equivalentes e flutuabilidade zero, e do caso de uma garrafa quase vazia.

Pequenas alterações na flutuabilidade podem ser associadas ao controlo do equilíbrio e, portanto, exigem a aplicação das mesmas medidas, ou seja, controlar a flutuabilidade por pequenas variações do volume pulmonar.

No caso de variações de flutuabilidade devido à perda de ar da garrafa, estas devem ser compensadas com o esvaziar ligeiro do colete de tempos a tempos, justamente quando já não conseguimos controlar o equilíbrio através da respiração. Isto só é válido se não houver alterações em profundidade, se existirem variações de profundidade o colete deve ser utilizado.

Grandes variações na flutuabilidade


Estes correspondem, na Estes correspondem, na maioria dos casos, a alterações significativas de profundidade ou a situações anormais tais como perda repentina de ar do colete devido a uma avaria de uma válvula de extração, ou insuflação descontrolada do colete devido ao bloqueio do sistema de insuflação automática.

Em casos de mudança repentina de profundidade, deverá utilizar o colete de mergulho para realizar o controlo da flutuabilidade.

Se a mudança de profundidade for devida a uma falha ou avaria do colete de mergulho, é evidente que os procedimentos convencionais não têm qualquer utilidade, devendo ser aplicadas soluções de emergência tais como desligar o sistema de insuflação ou obter assistência do seu companheiro de mergulho para iniciar o regresso à superfície.