Lesson 1, Topic 1
In Progress

Técnicas de Autoajuda e Auto Salvamento

A atividade de mergulho exige bom senso, manda ter alguns cuidados quando estamos na água, à superfície ou submersos. Se o mergulhador respeitar as regras de mergulho, permanecendo dentro dos seus limites, planeando o mergulho e procurando fazer um mergulho descontraído, evitará situações de conflito. Estar em forma física e psíquica razoáveis é também de grande importância. Apesar disso, se ocorrer algum problema o mergulhador deve ser capaz de cuidar de si próprio e dos outros.

PROBLEMAS À SUPERFÍCIE


Caso ocorra um problema à superfície, a primeira atitude a tomar é estabelecer flutuabilidade positiva, enchendo o colete com Ar, e se necessário, largando o cinto ou sistema de lastro integrado.

Só depois se deve tentar resolver o problema ocorrido. Deve pedir-se ajuda o mais cedo possível, evitando que um pequeno problema ganhe proporções incontroláveis.

A maior parte dos problemas no mergulho acontecem à superfície, sendo os principais:

  • A fadiga
  • O frio
  • As cãibras
  • A separação do companheiro
  • O engasgamento com água
  • As correntes
  • O stress psiquico
  • Problemas com equipamento

PROBLEMAS DEBAIXO DE ÁGUA


Os problemas que ocorrerem debaixo de água, na sua maioria são facilmente evitados ou controlados se o mergulhador estiver calmo e descontraído, se verificar o ar regularmente e se mergulhar dentro dos seus limites e do plano de mergulho. Os problemas mais frequentes são:

  • A fadiga
  • As cãibras
  • A separação do companheiro
  • Ter pouco ar ou ficar sem ar na garrafa
  • Débito contínuo do regulador
  • Problemas com equipamento
  • Stress

PARAR, PENSAR E SÓ DEPOIS AGIR, É A CHAVE PARA A SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS

SEPARAÇÃO DO COMPANHEIRO À SUPERFÍCIE


Se a separação ocorrer à superfície, antes do início do mergulho (devido a correntes, por ex.), deve manter-se a flutuabilidade positiva, emitir um sinal acústico e pedir ajuda.

NUNCA INICIAR A DESCIDA SOZINHO

SEPARAÇÃO DO COMPANHEIRO DURANTE O MERGULHO


Durante o mergulho, o mergulhador deve permanecer sempre junto do seu companheiro, a uma distância que permita haver auxílio mútuo em caso de necessidade.

Se houver separação, o procedimento de procurar o companheiro nunca deve ser superior a 1 minuto e deverá cumprir os seguintes passos:

  1. O mergulhador deve parar no mesmo local e fixar um ponto de referência
  2. Realizar uma pesquisa visual 360º ou um percurso circular
  3. Se ao fim de 1 minuto não encontrar o companheiro de mergulho, deverá regressar à superfície

Como o procedimento é igual para ambos os mergulhadores, os dois irão encontrar-se à superfície e decidir em função do ar da garrafa, profundidades do local de mergulho e tempo de mergulho já realizado se voltam a descer ou terminam a imersão.

SUBIDA COM POUCO AR OU SEM AR


Ficar com pouco ar ou sem ar é o problema mais fácil de se evitar. Para isso deve-se verificar o manómetro de pressão antes do mergulho e consultá-lo frequentemente durante o mergulho. Supondo que o improvável acontece, há algumas maneiras de subir sem problemas.

A fonte de ar alternativa é a melhor solução. Os sistemas mais utilizados são a pony bottle (pequena garrafa auxiliar com regulador), que se leva montada sobre a garrafa principal, e o Spare Air (pequena garrafa com regulador incorporado na torneira), que se leva presa ao colete ou noutro local de fácil acesso.

FONTES DE AR ALTERNATIVAS


São consideradas fontes de Ar alternativas as seguintes:

  1. Um segundo andar de emergência (“octopus”) ligado ao primeiro andar do regulador principal.
  2. Um segundo andar ligado ao primeiro andar montado na segunda saída da torneira da garrafa.
  3. Fonte de ar partilhada: O mesmo regulador (2º andar) partilhado entre os dois mergulhadores de forma alternada.

1. SEGUNDO ANDAR DE EMERGÊNCIA

O segundo andar de emergência, geralmente de cor amarela e com uma mangueira mais comprida, permite oferecer ar ao companheiro de mergulho, comodamente e sem necessidade de partilhar o regulador principal.

Além disso, se por acidente (uma barbatanada de algum mergulhador “arrasa fundos”) lhe fizer saltar o regulador da boca, o mergulhador tem uma fonte de ar imediatamente à disposição, enquanto recupera e verifica o bom estado do segundo andar principal. A única desvantagem deste sistema é que, se houver uma avaria na torneira ou no primeiro andar do regulador, tanto o segundo andar principal como o de emergência ficam sem ar.

2. SEGUNDO ANDAR INDEPENDENTE

Uma das configurações que o mergulhador poderá utilizar é a instalação de 2 primeiros andares do regulador numa garrafa com uma torneira dupla, um em cada saída da torneira. Desta forma fica com 2 primeiros andares do regulador independentes para cada um dos segundos andares do regulador.

Se surgir uma fuga no primeiro andar do regulador principal, basta fechar a torneira à qual está ligado, para que o ar não se esgote, passando a respirar pelo outro regulador. Neste caso, o mergulhador continua a poder partilhar o ar com o companheiro.

Este tipo de configuração é utilizado obrigatóriamente quando se mergulha com duas garrafas (bis).

3. FONTE DE AR PARTILHADA

A fonte de ar partilhada é outra solução. Neste caso, o ar da garrafa é partilhado através de um único regulador. É fundamental que o mergulhador que dá ar controle totalmente a situação. Quem dá ar nunca deve largar o regulador, mesmo quando o mergulhador assistido está a respirar, permitindo-lhe no entanto que ele possa controlar o fluxo de ar que respira através do botão de purga do regulador.

Cada mergulhador deve respirar duas vezes e passar o regulador para o outro, embora no início da partilha seja conveniente deixar o mergulhador assistido respirar mais vezes para ele se restabelecer e retomar o ritmo respiratório. Poderão então iniciar lenta e calmamente a subida, com o mergulhador que fornece ar a agarrar o colete do companheiro para evitar a separação.

SUBIDA DE EMERGÊNCIA CONTROLADA


A subida de emergência controlada é a última opção. Até uma profundidade máxima de 12 metros e se o companheiro estiver longe, o mergulhador pode nadar para a superfície, libertando ar continuamente para evitar a sobrepressão pulmonar. Chegado à superfície pode ter que encher o colete à boca e deve pensar seriamente na possibilidade de tirar o cinto de lastro para manter flutuabilidade positiva.

Se estiver a mais de 12 metros, pode fazer a subida em flutuabilidade positiva, largando o cinto de lastro no fundo e nadando para a superfície. Neste caso, o mergulhador deve ter o maior cuidado em libertar continuamente o ar, para evitar a sobrepressão pulmonar.

REGULADOR EM DÉBITO CONTÍNUO


Nesta situação deve-se tirar e por o regulador na boca ou desselar os lábios do bocal, deixando sair o ar em excesso. O mergulhador deve avisar de imediato o companheiro de mergulho e iniciar a subida acompanhado por este.

PROBLEMAS COM EQUIPAMENTO


Estes problemas evitam-se com uma verificação atenta antes do mergulho e manutenção regular do equipamento, sendo que no local do mergulho não há possibilidade de fazer grandes reparações.

No entanto, as avarias poderão acontecer, sendo fundamental o treino de todas as situações durante o seu curso CMAS One Star Dive para solucionar todas estas situações em conjunto com o seu companheiro de mergulho.

Algumas situações que poderão ocorrer:

  • Quebra ou abertura de precintas: Barbatanas, Máscara, Colete, Fixação da Garrafa, Cinto de Lastro
  • Débito continuo do regulador ou insuflador automático do colete de mergulho
  • Rompimento da bolsa do colete ou asa de mergulho
  • Abertura do fecho do fato de mergulho

QUANDO NÃO ESTAMOS BEM DEVEMOS PEDIR AJUDA O MAIS CEDO POSSÍVEL DE MODO A QUE UM PROBLEMA SIMPLES NÃO SE TRANSFORME NUMA SITUAÇÃO MUITO COMPLICADA

LIDAR COM CÃIBRAS


As cãibras são contrações musculares involuntárias, que podem aparecer nas pernas ou pés, causadas por esforço repentino e exagerado. Outros fatores podem contribuir ainda para a sua ocorrência, como a má condição física, desidratação, circulação sanguínea deficiente ou água fria.

Perante uma cãibra, deve imobilizar-se o músculo afetado, esticá-lo e massajá-lo suavemente para aumentar a circulação. No caso de uma cãibra no músculo inferior da perna (situação mais frequente), pode-se puxar a pala da barbatana esticando a perna. O companheiro de mergulho também, pode ajudar empurrando a pala da barbatana e fazendo uma massajem no músculo lesionado.