Tabelas Bühlmann “86 para Mergulhos com Ar
O aspeto gráfico das tabelas originais foi alterado pela FPAS (Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas), com o acordo do Bühlmann Institut, com o qual foi estabelecido o necessário protocolo, tendo merecido referências elogiosas o trabalho de inovação apresentado. Assim, as tabelas editadas pela FPAS são adotadas pela CMAS Portugal, estas apresentam-se em placas de plástico com a dimensão de 12×16,5cm, aproximadamente, e com as seguintes indicações:
- Tabelas para mergulho com ar de 0-700m e 701-2500m de altitude
- Tempo limite para mergulhos sem descompressão
- Paragem de segurança de 1min/3m e 1min/2m respectivamente
- Patamares e respetivo tempo de permanência para mergulhos com paragem de descompressão
- Grupo de azoto residual no fim do mergulho
- Caixas para registo do tempo de penalização
- Velocidade de subida 10m/min
- Tabela para mergulhos sucessivos 0-2500m
- Caixa para registo da hora de saída do 1º mergulho
- Caixa para registo do GR no fim do 1º mergulho
- Tabela de intervalos de superfície (IS) até a completa dessaturação e “tempo de espera para voar” em avião com cabina pressurisada
- Caixa para registo do GR no fim do intervalo de superfície
- Tabela dos tempos de penalização (TP) a aplicar ao mergulho sucessivo previsto
- Definições e regras de utilização
REGRAS DE ARREDONDAMENTO
As regras a utilizar para o arredondamento do valor da Profundidade e do Tempo, quando estes valores não correspondem aos valores indicados na tabela são as seguintes:

VOAR APÓS UM MERGULHO

No que respeita ao “tempo de espera para voar”, há que considerar dois casos: voos em aviões com cabina pressurisada e voos em aviões sem cabina pressurisada ou passagem de grandes altitudes.
AVIÕES COM CABINA PRESSURISADA
Quando um avião voa a uma altitude de 10.000 a 12.000m, por motivos técnicos relacionados com o sistema de compressão, a pressão no interior da cabina não consegue normalmente ultrapassar um valor de 0.85bar a 0.75bar, o que corresponde sensivelmente à pressão atmosférica entre 1.100m e 2.100m de altitude. Essa pressão poderá atingir valores entre 0.9bar e 0.95bar, se o avião voar à altitude de 4.000m. Nestas condições, a pressão existente no avião atua como uma descompressão adicional, obrigando a que se respeite um intervalo de tempo entre o final de um mergulho e o início do voo.
O cálculo do tempo de espera para voar indicado na tabela foi efetuado com base no pressuposto de haver uma queda brusca de pressão na cabina para 0.58bar (4.500m), o que, face aos valores atrás referidos, garante uma margem de segurança elevada para o utilizador. Refira-se que o valor mínimo admissível da pressão no interior da cabina é 0.54bar, valor que ao ser atingido provoca a queda das mascaras de oxigénio para os ocupantes.
Na prática, há uma diferença entre os tempos de espera para voar indicados na tabela e nos computadores, porque os tecidos lentos considerados para o cálculo em cada um dos sistemas são diferentes. Tomando para comparação o computador Aladin Pro, utilizado num local de mergulho a 400m de altitude, teremos:

AVIÕES SEM CABINA PRESSURISADA ou passagem de grandes altitudes
No caso do voo se efetuar num avião sem cabina pressurisada ou, o que é igual, se fizermos uma viagem passando por um lugar situado a grande altitude, deverão tomar-se em conta os valores dados pela tabela seguinte.

As regras a seguir na utilização desta tabela são as seguintes:
- Para valores de altitude não existentes na tabela, deve considerar-se o valor imediatamente superior.
- Não fazer qualquer subida antes de passada uma hora após o final do mergulho. Em caso de esquecimento, logo que a situação seja detectada, deve iniciar-se a descida imediatamente.
- Depois de passada a primeira hora, iniciar a subida gradualmente.
- O ponto mais alto da subida não deverá ser alcançado antes de passado o tempo indicado na tabela.