Lesson 1, Topic 1
In Progress

Supervisão do Mergulho

Os procedimentos de supervisão podem ser feitos fora ou dentro de água. As técnicas a ser usadas devem ser adequadas ao tipo de mergulho e à experiência dos mergulhadores.

SUPERVISÃO FORA DE ÁGUA

O GM deve posicionar-se num ponto de observação elevado e através de binóculos perscrutar amiúde a superfície. O ideal é localizar-se num local onde possa antecipar qualquer tipo de problemas, especialmente junto aos locais de início do mergulho e onde os mergulhadores regressam à superfície.

Durante o desenrolar do mergulho, o Guia de Mergulho deve tentar seguir a evolução dos grupos através das bolhas de ar que chegam á superfície, e após a chegada destes à superfície confirmar que está tudo bem (OK), mantendo-se preparado para agir no caso de uma emergência.

É fundamental que o mergulhador CMAS Three Star Diver, na sua função de Guia de Mergulho supervisor, esteja preparado para qualquer intervenção no caso de surgir uma emergência, pelo que ele deverá ter todo o seu material de intervenção preparado para ser utilizado caso ela se verifique. Se tal for possível, o Guia de Mergulho supervisor deve escolher outros elementos do grupo, cuja qualificação e experiência seja reconhecida, para o auxiliar durante o desenrolar da emergência.

SUPERVISÃO DENTRO DE ÁGUA

Pode ser necessária a intervenção do GM ainda à superfície, num caso de incidente na entrada na água de um mergulhador, ou para um reajustamento de material.

Durante a descida o Guia de Mergulho deve estar atento às manobras de compensação, à placagem da máscara e ao ritmo respiratório, principalmente com mergulhadores com pouca experiência. Ao chegar ao fundo deve verificar se está tudo bem (OK).

Durante o mergulho o Guia de Mergulho deve ter atenção aos seguintes pontos:

  • Assegurar que as posições dos mergulhadores se mantêm corretas
  • Estar atento a possíveis afastamentos
  • Verificar se operam correctamente o equipamento (flutuabilidade, máscara,…)
  • Controlar regularmente o ar disponível de cada mergulhador
  • Manter-se atento a possíveis situações de stress
  • Trocar frequentemente sinais com os mergulhadores principiantes, pois estes vão sentir-se mais confiantes sabendo-se observados pelo GM.
  • Garantir que o mergulho decorre conforme o planeado e em segurança

Se este controlo for correctamente efectuado, principalmente o controlo do ar disponível de cada mergulhador, é muito pouco provável o aparecimento de qualquer situação de emergência.

O GM deve posicionar-se de maneira a controlar todo o grupo e a poder intervir rapidamente. A sua posição depende grandemente dos níveis, da experiência e da familiaridade existente entre os mergulhadores do grupo. Se o grupo tiver dois ou três mergulhadores torna-se extremamente fácil, o que já não acontece se o número de mergulhadores aumentar. Neste caso é importante que o GM esteja na posse de alguns dados importantes:

  • Saber quais são os mergulhadores mais susceptíveis de ter um problema
  • Conhecer qual o problema que tem mais probabilidade de ocorrer
  • Avaliar o efeito que o meio ambiente exerce sobre os mergulhadores

Com estes conhecimentos, o GM tem as respostas que lhe permitem assumir a posição mais adequada à situação. Se os dados sobre os mergulhadores e os problemas mais prováveis podem ser encontrados durante a Avaliação e na Reunião Inicial, a avaliação dos efeitos do meio ambiente só pode ser obtida após a chegada ao local do mergulho e por vezes só após a entrada na água.

O Guia de Mergulho deve colocar-se entre o grupo e a possível situação de risco, mantendo
uma constante vigilância sobre os seus componentes

Exemplo 1

Num mergulho junto a uma parede, o Guia de Mergulho deve colocar o grupo entre si e a parede e manter-se mais fundo que os elementos do grupo para impedir que qualquer elemento do grupo ultrapasse a profundidade previamente estabelecida.

Exemplo 2

Num mergulho junto à costa o Guia de Mergulho deve colocar o grupo entre si e a costa de modo a não permitir o afastamento de qualquer dos elementos do grupo.

A protecção da vida marinha deve ser uma preocupação constante do GM. Neste sentido ele tem obrigação de transmitir aos mergulhadores as regras de conduta destinadas à sua proteção que se traduzem nas 10 Regras de Ouro do Bom Mergulhador, aprovadas em 2000 pela CMAS por proposta da sua Comissão Científica, que definem objectivamente todo o relacionamento do mergulhador com o meio marinho no âmbito da sua protecção marinho no âmbito da sua proteção.

10 REGRAS DE OURO DO BOM MERGULHADOR

  1. Nunca entrar na água por cima das algas, corais, ou outros seres marinhos.
  2. Controlar bem a flutuabilidade.
  3. Manter alguma distância dos corais e outros animais e não agitar o sedimento do fundo.
  4. Ter cuidado com o local onde lançar o ferro para fundear o barco.
  5. Não perseguir, tocar ou alimentar os animais no seu ambiente.
  6. Não caçar (por divertimento) e não comprar nem coleccionar lembranças, como corais e conchas.
  7. Ter o máximo cuidado nos mergulhos em grutas, pois existem formas de vida muito delicadas nas paredes.
  8. Manter os locais de mergulho limpos e não remover as rochas ou qualquer outro tipo habitat dos seus locais.
  9. Aprender sobre a vida marinha e alertar para a sua destruição.
  10. Incentivar os companheiros de mergulho a seguirem estas regras.