Supervisão do Mergulho

Os procedimentos de supervisão podem ser feitos fora ou dentro de água. As técnicas a ser usadas devem ser adequadas ao tipo de mergulho e à experiência dos mergulhadores.
SUPERVISÃO FORA DE ÁGUA
O GM deve posicionar-se num ponto de observação elevado e através de binóculos perscrutar amiúde a superfície. O ideal é localizar-se num local onde possa antecipar qualquer tipo de problemas, especialmente junto aos locais de início do mergulho e onde os mergulhadores regressam à superfície.
Durante o desenrolar do mergulho, o Guia de Mergulho deve tentar seguir a evolução dos grupos através das bolhas de ar que chegam á superfície, e após a chegada destes à superfície confirmar que está tudo bem (OK), mantendo-se preparado para agir no caso de uma emergência.
É fundamental que o mergulhador CMAS Three Star Diver, na sua função de Guia de Mergulho supervisor, esteja preparado para qualquer intervenção no caso de surgir uma emergência, pelo que ele deverá ter todo o seu material de intervenção preparado para ser utilizado caso ela se verifique. Se tal for possível, o Guia de Mergulho supervisor deve escolher outros elementos do grupo, cuja qualificação e experiência seja reconhecida, para o auxiliar durante o desenrolar da emergência.
SUPERVISÃO DENTRO DE ÁGUA
Pode ser necessária a intervenção do GM ainda à superfície, num caso de incidente na entrada na água de um mergulhador, ou para um reajustamento de material.
Durante a descida o Guia de Mergulho deve estar atento às manobras de compensação, à placagem da máscara e ao ritmo respiratório, principalmente com mergulhadores com pouca experiência. Ao chegar ao fundo deve verificar se está tudo bem (OK).
Durante o mergulho o Guia de Mergulho deve ter atenção aos seguintes pontos:
- Assegurar que as posições dos mergulhadores se mantêm corretas
- Estar atento a possíveis afastamentos
- Verificar se operam correctamente o equipamento (flutuabilidade, máscara,…)
- Controlar regularmente o ar disponível de cada mergulhador
- Manter-se atento a possíveis situações de stress
- Trocar frequentemente sinais com os mergulhadores principiantes, pois estes vão sentir-se mais confiantes sabendo-se observados pelo GM.
- Garantir que o mergulho decorre conforme o planeado e em segurança
Se este controlo for correctamente efectuado, principalmente o controlo do ar disponível de cada mergulhador, é muito pouco provável o aparecimento de qualquer situação de emergência.
O GM deve posicionar-se de maneira a controlar todo o grupo e a poder intervir rapidamente. A sua posição depende grandemente dos níveis, da experiência e da familiaridade existente entre os mergulhadores do grupo. Se o grupo tiver dois ou três mergulhadores torna-se extremamente fácil, o que já não acontece se o número de mergulhadores aumentar. Neste caso é importante que o GM esteja na posse de alguns dados importantes:
- Saber quais são os mergulhadores mais susceptíveis de ter um problema
- Conhecer qual o problema que tem mais probabilidade de ocorrer
- Avaliar o efeito que o meio ambiente exerce sobre os mergulhadores
Com estes conhecimentos, o GM tem as respostas que lhe permitem assumir a posição mais adequada à situação. Se os dados sobre os mergulhadores e os problemas mais prováveis podem ser encontrados durante a Avaliação e na Reunião Inicial, a avaliação dos efeitos do meio ambiente só pode ser obtida após a chegada ao local do mergulho e por vezes só após a entrada na água.
O Guia de Mergulho deve colocar-se entre o grupo e a possível situação de risco, mantendo
uma constante vigilância sobre os seus componentes
Exemplo 1
Num mergulho junto a uma parede, o Guia de Mergulho deve colocar o grupo entre si e a parede e manter-se mais fundo que os elementos do grupo para impedir que qualquer elemento do grupo ultrapasse a profundidade previamente estabelecida.
Exemplo 2
Num mergulho junto à costa o Guia de Mergulho deve colocar o grupo entre si e a costa de modo a não permitir o afastamento de qualquer dos elementos do grupo.
A protecção da vida marinha deve ser uma preocupação constante do GM. Neste sentido ele tem obrigação de transmitir aos mergulhadores as regras de conduta destinadas à sua proteção que se traduzem nas 10 Regras de Ouro do Bom Mergulhador, aprovadas em 2000 pela CMAS por proposta da sua Comissão Científica, que definem objectivamente todo o relacionamento do mergulhador com o meio marinho no âmbito da sua protecção marinho no âmbito da sua proteção.

10 REGRAS DE OURO DO BOM MERGULHADOR
- Nunca entrar na água por cima das algas, corais, ou outros seres marinhos.
- Controlar bem a flutuabilidade.
- Manter alguma distância dos corais e outros animais e não agitar o sedimento do fundo.
- Ter cuidado com o local onde lançar o ferro para fundear o barco.
- Não perseguir, tocar ou alimentar os animais no seu ambiente.
- Não caçar (por divertimento) e não comprar nem coleccionar lembranças, como corais e conchas.
- Ter o máximo cuidado nos mergulhos em grutas, pois existem formas de vida muito delicadas nas paredes.
- Manter os locais de mergulho limpos e não remover as rochas ou qualquer outro tipo habitat dos seus locais.
- Aprender sobre a vida marinha e alertar para a sua destruição.
- Incentivar os companheiros de mergulho a seguirem estas regras.