Som e Alterações na Audição
Tal como o olho, o ouvido humano está adaptado para a audição no meio aéreo, podendo captar sons entre as frequências dos 20 e os 20 000 ciclos.
No meio aéreo, a velocidade de propagação do som é de 340m/seg. à temperatura de 8ºC, e os sons de baixa frequência (sons graves) atingem maiores distâncias que os de alta frequência (sons agudos).

Graças ao afastamento dos dois ouvidos (cerca de 20cm), o desfasamento temporal com que o som é detectado por cada um deles é transmitido ao cérebro, o que nos permite saber de imediato qual a direção da sua origem.
Na água, à mesma temperatura de 8ºC, a velocidade de propagação do som é de 1435m/seg, mais de quatro vezes a velocidade de propagação no ar. Em águas com temperatura mais elevada, esta velocidade é ainda maior, atingindo os 1500m/seg. Nestas condições, o desfasamento de tempo com que o som é detectado por cada um dos ouvidos é demasiado curto e o cérebro tem grande dificuldade em avaliar a direção da origem do som.

É por isso que o som parece chegar ao mergulhador de todas as direções, particularmente se for de baixa frequência, como os sons graves produzidos pelo hélice de um motor pouco rotativo, que começam a ouvir-se a grande distância. No caso dos sons graves, na melhor das hipóteses, consegue ter-se a noção de aproximação ou afastamento da fonte sonora, devido ao aumento ou diminuição de intensidade do som, conforme a situação verificada.
Se o som tiver uma frequência muito elevada (sons agudos produzidas pelo hélice de um motor muito rotativo) já começa a ser possível referenciar a direção da origem do som, mas neste caso o som começa a ser ouvido quando já está bastante mais perto, com o inconveniente de ser produzido por um barco rápido.
Perante esta situação o mergulhador deve ter cuidados especiais quando ouve um som durante a subida, pois pode arriscar-se a ser abalroado por uma embarcação que se aproxime, sobretudo se for uma embarcação rápida.