Sobrepressão Pulmonar
É um barotraumatismo muito grave, que acontece se o ar contido nos pulmões ficar bloqueado ou não for expelido em quantidade suficiente durante a subida. Em qualquer destas situações, o ar contido nos alvéolos pulmonares, ao expandir- se durante a subida, devido à diminuição da pressão, provoca uma dilatação dos alvéolos que pode causar lesões que vão da simples distensão até à rotura alveolar.
Nos casos mais graves pode mesmo haver pneumotórax (penetração de ar na cavidade pleural).
A gravidade deste acidente depende de dois fatores:
- A quantidade de ar que o mergulhador tem nos pulmões no início da subida
- Rapidez de expansão do ar no início do acidente
Isto quer dizer que o acidente será tanto mais grave quanto maior for a quantidade de ar inspirado , quanto mais rápida for a subida e quanto mais perto o mergulhador estiver da superfície.
ESTE ACIDENTE PODE OCORRER DURANTE AS AULAS PRÁTICAS EM PISCINA, SE O ALUNO BLOQUEAR A EXPIRAÇÃO AO VIR PARA A SUPERFÍCIE
Se Tiver que Regressar à Superfície?
Se tiver que regressar à superfície sem poder respirar pelo regulador deverá desde o início da subida produzir continuamente o som !Aaaaaaah! Isto bastará para manter aberta a saída de ar dos pulmões, ao mesmo tempo que vai libertando o ar em excesso devido ao aumento de volume.

NUNCA BLOQUEAR A EXPIRAÇÃO DURANTE A SUBIDA
Situações a ter atenção
- Sistema de Lastro: É muito importante que o mergulhador preste atenção ao sistema de lastro e que esteja bem treinado na utilização do colete de mergulho.
- Controlo da Flutuabilidade: É muito importante que o mergulhador consiga controlar a sua flutuabilidade estático, em deslocamento, nas subidas e descidas.
- Mergulhador em Apneia: A sobrepressão pulmonar pode também ocorrer quando um mergulhador em apneia recebe ar no fundo, regressando à superfície com a respiração bloqueada. Por isso um mergulhador com escafandro nunca deve dar ar a um mergulhador em apneia.
ESTE BAROTRAUMATISMO APENAS SE VERIFICA NA SUBIDA
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de uma sobrepressão pulmonar deve ser realizado sempre que o mergulhador de escafandro sofra uma perda de conhecimento durante a subida ou pouco depois da saída da água.
Neste caso é natural que outros problemas estejam presentes, pois a perda de consciência pode igualmente ser causado por:
- Anóxia (ausência de O2)
- Hiperóxia (excesso de O2)
- Intoxicações por dióxido de carbono ou monóxido de carbono
- Acidentes de descompressão
- Pré-afogamento
Atuar de imediato, é o princípio que deve estar presente nestas situações. Ou seja, primeiro devem mobilizar-se os recursos para o combate ao choque e à falência respiratória e depois encarar o diagnóstico diferencial, a ser realizado pelo médico. Todos estes procedimentos são treinados no curso CMAS Oxygen Administration.
O primeiro socorro mais indicado é a administração de oxigénio a 100% com um débito de 15l/min, devendo o acidentado ser colocado numa posição confortável
SINAIS E SINTOMAS
- Dor aguda no peito, normalmente atrás do esterno.
- Dificuldade e exacerbação da dor ao respirar.
- Tosse com expetoração com sangue.
- Sensação de plenitude torácica (peito cheio).
- Inchaço no pescoço, que à palpação local se assemelha à palpação de neve (crepitação).
- Alteração na tonalidade da voz.
- Cianose dos lábios.
- Diminuição dos movimentos do lado do tórax afetado.
- Desvio da traqueia para o lado afectado.
- Alterações neurológicas como: Confusão mental, dificuldade em falar, alterações da sensibilidade vertigens – convulsões – perda de consciência.