Lesson 1, Topic 1
In Progress

Situações Extraordinárias

Considerados todos os parâmetros atrás referidos, todos eles baseados em modelos matemáticos mais ou menos trabalhosos, vamos agora sumariar algumas situações que se podem classificar de situações extraordinárias e que, ao acontecerem, podem alterar substancialmente os vários fatores de segurança existentes e originar o acidente de descompressão.

Começamos por indicar resumidamente o efeito e as consequências destas situações extraordinárias, para mais tarde, noutro capítulo, falarmos detalhadamente sobre elas. O seu conhecimento tornará mais claro o problema da descompressão, ainda que não fique totalmente esclarecido.

SHUNT PULMONAR/VASCULAR


Provoca uma alteração na difusão dos gases expirados ao nível alveolar, devido à existência de micro-bolhas (bolhas assintomáticas).

CONSEQUÊNCIAS

Atraso e maior lentidão na dessaturação, o que corresponde a uma pressão de N2 mais elevada do que em condições normais.

TRABALHO INTENSO


Produz uma elevada razão de perfusão ao nível dos músculos.

CONSEQUÊNCIAS

Pressão de N2 mais elevada do que em condições normais.

FRIO INTENSO


Provoca a vasoconstrição dos vasos capilares (sobretudo na pele).

CONSEQUÊNCIAS

Dessaturação mais lenta no final do mergulho.

SUBIDA LENTA (velocidade de subida < 10m / min)


Durante uma subida demasiado lenta os tecidos médios e lentos continuarão a dissolver gases inertes.

CONSEQUÊNCIAS

A pressão de N2 é mais elevada do que em condições normais.

DESCOMPRESSÃO OMITIDA


A pressão crítica (pressão limite) nos tecidos médios e lentos pode ser ultrapassada dando origem ao aparecimento de bolhas de N2.

CONSEQUÊNCIAS

Podem ocorrer sintomas de DCS I (doença de descompressão do tipo I) dependendo dos tecidos afetados.

NOTA: DCS – decompression sikness

SUBIDA DE EMERGÊNCIA (velocidade de subida > 10m / min)


Neste caso, a pressão crítica (pressão limite) nos tecidos rápidos e médios pode ser ultrapassada dando origem ao aparecimento de bolhas de N2.

CONSEQUÊNCIAS

Podem ocorrer sintomas de DCS II (doença de descompressão do tipo II) dependendo dos tecidos afetados e/ou AGE (aeroembolismo).

NOTA: AGE – aero gas embolie

NÚMERO EXAGERADO DE MERGULHOS SUCESSIVOS


Sem tempo para descomprimir completamente entre os mergulhos, os tecidos lentos ficam quase saturados.

CONSEQUÊNCIAS

Podem ocorrer sintomas de DCS I (doença de descompressão do tipo I), dependendo dos tecidos afetados (a maioria das vezes a pele).

VOO NO FINAL DE FÉRIAS


Existe uma descompressão adicional devido à baixa pressão no interior da cabina do avião.

CONSEQUÊNCIAS

Podem ocorrer sintomas de DCS I (doença de descompressão do tipo I) dependendo dos tecidos afetados (a maioria das vezes os tecidos lentos).

PROBLEMAS MÉDICO / FISIOLÓGICOS (medicamentos, gordura, idade, etc.)


Provocam alteração dos fenómenos de difusão/perfusão.

CONSEQUÊNCIAS

Os processos de saturação/dessaturação podem ser alterados originando uma dissolução mais rápida ou uma libertação mais lenta de N2.