Saída da Água com Vítima Inconsciente
Se a saída da água com uma vítima inconsciente for complicada é preferível continuar com a ventilação artificial até estarem reunidas as condições mínimas para que a saída se possa efetuar com a rapidez necessária, nunca esquecendo que a paragem da ventilação não deve exceder os trinta segundos.
ANTES DA INTERRUPÇÃO E NO REATAMENTO DA VENTILAÇÃO ARTIFICIAL, AS DUAS ÚLTIMAS E AS DUAS PRIMEIRAS INSUFLAÇÕES DEVEM SER MAIS PROLONGADAS QUE AS NORMALMENTE EFETUADAS.
Logo que o salvador atinja terra firme, ainda que à borda de água, deve recomeçar a ventilação artificial até que chegue ajuda.
Se houver dois salvadores a vítima poderá ser transportada para terra firme sem interromper a ventilação artificial.
Para o fazer, cada um dos salvadores passa um dos braços sobre as axilas da vítima agarrando-se pela altura do cotovelo. O indicador e polegar da mão livre do salvador que fica do lado da cabeça da vítima vão pinçar- lhe o nariz enquanto é feita a insuflação.
Esta posição é muito cómoda e permite transportar o mergulhador inconsciente sem parar com a ventilação artificial. Se houver um terceiro assistente este poderá levantar a vítima pelos pés ajudando no seu transporte.

Em algumas situações é conveniente não transportar a vítima a flutuar até terra, nesse caso o salvador deverá transportá-la durante os
últimos metros utilizando as técnicas de transporte, aos ombros ou saco às costas.


Se o salvador transporta a vítima a flutuar até terra nos últimos metros ele terá que a puxar para a retirar totalmente da água, agarrando-a pelos pulsos e puxando-a, nunca se esquecendo que tem que fazer regularmente a insuflação, se a distância a percorrer for considerável, pelo que terá que parar frequentes vezes.
Se houver rebentação forte é melhor que o “RD” não a tente atravessar, mantendo-se afastado, à espera que chegue outro socorrista para o ajudar a transpor a rebentação. Depois deverão esperar por uma onda com menos altura e consequentemente menor força o que geralmente acontece ao fim de uma série de ondas grandes cuja periodicidade os salvadores deverão avaliar.
Se a onda crescer inesperadamente os salvadores deverão abortar a tentativa de passar a rebentação e tentar mais tarde.
O “RD” deverá ter o cuidado de, ao atravessar a zona de ondulação, manter a vítima com a cabeça na direção da ondas para evitar que a água inunde as fossas nasais o que aconteceria se esta estivesse virada com a cabeça para terra.
Retirar uma vítima da água para cima de rochas onde as vagas vêm bater é muito difícil e só salvadores muito bem preparados fisicamente e com muito treino o farão com alguma segurança.
O mais fácil consiste em fazer rolar o corpo da vítima dentro de uma lona ou oleado de forma retangular ou quadrada, em que uma das faces se encontra fixa na borda do barco ou do cais e a outra está presa por cabos que vêm à mão das pessoas que estão a bordo ou sobre o cais.
A vítima é colocada pelo salvador entre os cabos e a lona, começando então os cabos a ser puxados fazendo com que a vítima vá rolando dentro da lona até chegar a acima.

Pode às vezes existir uma escada vertical até à borda da embarcação ou do cais que poderá eventualmente servir para sair com a vítima se ela for de estatura mais pequena que a do salvador.
Neste método o “RD” coloca a vítima à sua frente, face a face, com as pernas escarranchadas sobre uma das suas pernas e inclina-se para trás com os braços estendidos agarrados aos lados da escada de modo que a vítima descanse sobre o seu peito.
Microsoft Word – Manual de Salvamento_2013.doc
Nesta posição vai lentamente subindo os degraus até chegar ao cimo da escada.

Em pequenas embarcações de borda baixa ou em cais que se encontrem quase ao nível da água poderá ser utilizado um procedimento, que consiste em retirar a vítima da água estando o salvador de pé sobre a borda da embarcação ou cais.
O “RD” começa por colocar as mãos da vítima sobre o cais subindo depois para o mesmo, sem nunca largar as mãos da vítima, ficando de pé.

Nesta posição o salvador segura os pulsos da vítima mantendo-a em posição vertical.
Seguidamente começa a dar balanço, puxando-a para cima, mergulhando-a novamente na água e finalmente, servindo-se da impulsão da água sobre a vítima, dá-lhe um último puxão enérgico fazendo-a sair até á cintura, puxando- a simultaneamente para si, de modo a que ela fique dobrada sobre a borda da embarcação ou do cais.

Para finalizar o “RD” segura as pernas da vítima e eleva-as para cima do cais onde ela ficará deitada.

Pelo que foi exposto podemos concluir que a saída da água com uma vítima é uma operação que necessita muita preparação e uma atuação precisa.
Por outro lado e dado que as situações de emergência diferem de umas para as outras o “RD” terá de usar muitas da vezes o seu poder de análise e de criatividade para poder lidar com elas, aplicando todos os conhecimentos básicos que aprendeu durante o Curso CMAS Rescue Diver.