Resgate com Fato Seco

Situações de emergência são assumidas como situações em que temos de subir com o companheiro de mergulho inconsciente ou consciente mas incapaz de realizar uma subida de forma autónoma.
Quando uma situação de emergência ocorre, e um ou os dois mergulhadores estão a usar fato seco, existe a necessidade de adaptarmos os procedimentos aprendidos como mergulhados CMAS Rescue Diver. Lembre-se que nesta situação podemos ter dois, três ou quatro sistemas de flutuação que teremos de controlar durante a subida de emergência:
- 2 Sistemas: Fato seco próprio + colete hidrostático próprio e o companheiro de mergulho com falha nos equipamentos, por exemplo falta de ar na garrafa.
- 3 Sistemas: Fato seco próprio + colete hidrostático próprio + colete hidrostático do companheiro de mergulho.
- 4 Sistemas: Fato seco próprio + colete hidrostático próprio + colete hidrostático do companheiro de mergulho + fato seco do companheiro de mergulho.
Em termos de procedimentos de resgate, seguiremos os protocolos habituais de salvamento, mas no que respeita aos fatos secos procederemos ao seu esvaziamento completo e, se tiverem válvulas automáticas, colocá-las-emos o mais suavemente possível, ou seja abertas. Durante a subida, manualmente ou automaticamente teremos de assegurar que os fatos secos irão esvaziar. Lembre-se que por muito pouca que seja a quantidade de ar no interior do fato seco, quando iniciamos a subida esse ar irá expandir-se.
RESGATE FATO SECO INUNDADO
Um mito subjacente no mundo do mergulho é a impossibilidade de resgatar um mergulhador num fato seco inundado. Não existe fundamento para este mito, uma vez que mover a água através da água não apresenta qualquer esforço, o peso da água é zero, pelo que podemos mover-nos através da água com mais ou menos facilidade, a única limitação à mobilidade será sempre as forças de arrasto resultantes em grande parte do volume dos corpos imersos que movemos.
Na superfície, poderá existir um problema para retirar o mergulhador acidentado com um fato seco inundado para fora de água, pois o peso da água dentro do fato seco irá impedir ou dificultar a manobra.
A solução seria retirar o fato seco do mergulhador acidentado dentro de água e depois realizar a manobra de subir para o barco, o que numa situação de emergência é uma solução pouco viável. O procedimento nesta situação passa por realizarmos um corte no fato seco do mergulhador na zona dos pés para facilitar a saída da água.