Procedimentos de Emergência

FATO SECO INUNDADO
Em primeiro lugar os mergulhadores precisam de saber que uma inundação de fato seco não é uma desastre catastrófico. É um mito na comunidade do mergulho que a inundação do fato seco é uma situação impossível de solucionar e que impede o mergulhador de subir para a superfície.
Caso exista uma inundação do fato seco, por fuga ou por inundação deliberada, como procedimento de segurança deverá realizar o seguinte procedimento:
- Usar o colete hidrostático para recuperar a flutuabilidade neutra.
- Posicionar o local da ruptura/fuga do fato seco o mais baixo possível para minimizar a perda de ar.
- Terminar o mergulho o mais cedo possível após informar o seu companheiro de mergulho.
- Subir de forma controlada e completar todas as paragens do seu perfil de subida.
POSIÇÃO INVERTIDA
Esta situação de posição invertida é causada pela existência de ar excessivo dentro do fato e deslocamento do mesmo para a zona do pés do mergulhador. Esta situação poderá ocorrer devido a uma avaria da válvula de insuflação, ou por erro técnico do mergulhador durante a subida (Por exemplo iniciar a subida com a válvula de purga fechada ou não ter realizado a purga manual do fato).
Pode ainda ocorrer em dois cenários possíveis, junto ao fundo ou a meia água.
JUNTO AO FUNDO
Se ocorrer junto ao fundo, o mergulhador deverá realizar o seguinte procedimento:
- Nadar com força contra o fundo e se possível agarrar-se a algo.
- Realizar um enrolamento para frente (joelhos ao peito) ou para trás (arquear das costas e joelhos ao peito) para assumir uma posição “pés para baixo”.
- O ar subirá então para a parte superior do corpo ficando na zona dos ombros, onde o mergulhador deverá purgar.
- Se necessário, será através do pescoço ou de um vedante do pulso.
A MEIA ÁGUA
Se ocorrer a meia água ou durante a subida, o mergulhador deverá realizar o seguinte procedimento:
- Nadar com força em direção ao fundo,
- Realizar um enrolamento para frente (joelhos ao peito) ou para trás (arquear das costas e joelhos ao peito) para assumir uma posição vertical.
- Esvaziar imediatamente o ar do fato seco através da válvula de purga do ombro ou através do afastamento dos vedantes do pescoço ou de um pulso.
- Se não conseguir recuperar para uma posição vertical e estiver a experimentar uma subida descontrolada, deverá afastar os braços e pernas do seu corpo, com as barbatanas paralelas à superfície e exalar continuamente até à superfície.

No caso de uma avaria da válvula de insuflação, deverá desconectar a mangueira de baixa pressão e realizar o procedimentos de emergência de esvaziamento do fato.
PERDA DO CINTO OU SISTEMA DE LASTRO
Esta situação poderá ocorrer a qualquer momento do mergulho, devendo o mergulhador realizar o seguinte procedimento:
- Se o cinto de lastro ou uma secção de um sistema de lastro incorporado se perder, deverá esvaziar ar do fato seco e do colete hidrostático e nadar com força para o fundo.
- Se possível agarrar-se a algo no fundo. Se o mergulhador ou o companheiro de mergulho puder recuperar o lastro, faça-o e volte a colocá-lo.
- Se a recuperação de lastro não for possível, subir, se possível, usando o cabo da âncora para controlar a flutuabilidade positiva.

Em alternativa, também poderá utilizar a linha do seu carreto da bóia de patamar, presa ao fundo e realizar a subida controlada, realizando as paragens do seu perfil de subida.