Lesson 1, Topic 1
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Princípios de Funcionamento da Bússola

O princípio de funcionamento de uma bússola baseia-se na propriedade que uma peça magnetizada (magnete ou íman) possui, de se orientar paralelamente às linhas de força magnéticas da terra quando, suspensa ou apoiada sobre um eixo, pode girar livremente.

NORTE VERDADEIRO (NV)


Se imaginarmos a Terra como sendo uma esfera a rodar em torno de um eixo imaginário, os pontos em que esse eixo corta a superfície da esfera chamam-se “pólos”.

Existem dois pólos geográficos ou verdadeiros, o polo Norte e no extremo oposto o polo Sul.

Todos os círculos máximos que passam pelos polos geográficos ou verdadeiros denominam-se meridianos, sendo a sua contagem feita em graus a partir de um meridiano de referência (meridiano de Greenwich), de 0º a 180º para Este (E) e para Oeste (W).

NORTE MAGNÉTICO E DECLINAÇÃO MAGNÉTICA


A Terra comporta-se como um íman gigantesco cujas linhas de força atuam segundo os meridianos magnéticos que em vez de passarem pelos polos geográficos, passam pelos polos magnéticos da Terra, o polo Norte magnético e o polo Sul magnético.

Uma peça magnética que rode livremente suspensa por um fio ou equilibrada sobre um eixo irá sempre orientar-se e apontar para os polos magnéticos Norte e Sul da Terra.

Uma bússola é uma agulha magnética, que não é nada mais do que um íman, suspensa sobre uma escala graduada 000ª a 360º em que 000º é o Norte magnético. Quando orientamos a bússola para uma direção que pretendemos seguir teremos os graus correspondentes à diferença entre essa direção e o Norte (Nm).

A diferença angular entre o meridiano magnético e o meridiano geográfico ou verdadeiro da terra denomina-se declinação magnética (D)“, sendo o seu valor variável com o local e ao longo dos anos.

DESVIO DA AGULHA


Para além da declinação magnética também existe o desvio da agulha (d)“, que é provocado pela ação do campo de forças magnético originado por materiais ferromagnéticas e/ou circuitos elétricos das embarcações, sobre a agulha.

O desvio (d)éa diferença angular entre o meridiano magnético e o meridiano da agulha.

Assim o Norte indicado por uma agulha chama-se NORTE da agulha (Na).

ESTES DESVIOS QUE SÃO DE EXTRAORDINÁRIA IMPORTÂNCIA EM PERCURSOS NÁUTICOS ENTRE PONTOS SITUADOS A DISTÂNCIAS CONSIDERÁVEIS, NÃO TÊM PRATICAMENTE QUALQUER SIGNIFICADO NA ORIENTAÇÃO SUBAQUÁTICA, DADO QUE OS PERCURSOS SÃO NORMALMENTE CURTOS, PELO QUE NÃO ENTRAREMOS EM CONSIDERAÇÃO COM OS MESMOS.

AZIMUTE


Azimute é o ângulo entre a linha norte-sul e a linha que une o observador a um ponto situado em Terra ou no mar quer à superfície quer debaixo de água. Mede-se em graus (000º a 360º) a partir do Norte e sempre no sentido do movimento dos ponteiros do relógio (sentido horário).

Da mesma forma que existe um norte verdadeiro, um norte magnético e um norte da agulha, também existem um azimute verdadeiro, um azimute magnético e um azimute da agulha.

Normalmente as bússolas subaquáticas têm na sua coroa móvel uma reentrância que serve de mira, através da qual se pode visar um objeto e fazer simultaneamente a leitura da direção/sentido para ele, obtendo-se assim o seu Azimute.

No mergulho não é necessário ter em conta quer a declinação magnética quer o desvio da agulha, a não ser quando queremos transpor o azimute obtido para uma carta geográfica ou vice-versa, por exemplo para localizar um local de mergulho relativamente a pontos de referência situados em terra. Nesse caso dever-se-á ter em conta a declinação magnética existente no local (indicada na carta náutica).

Existem também as agulhas digitais (algumas com correção do norte magnético), que através de um sistema eletrónico, permitem tirar Azimutes sucessivos a uma série de pontos, registando-os numa memória que pode ser consultada mais tarde quer quando se faz a sua transposição para a Carta Náutica ou quando se quer seguir um rumo na direção do ponto referenciado.

RUMO


Rumo é o ângulo horizontal entre a linha norte-sul e a linha definida pelo percurso que seguimos em relação ao fundo. Mede-se em graus (000º a 360º), a partir do norte e sempre no sentido dos ponteiros do relógio (sentido horário).

Diferencia-se do azimute pois o rumo refere-se ao percurso que estamos a seguir que pode ser influenciado pela direção da corrente, caso exista.

Quando se planeia um mergulho convém referir a vantagem em registar rumos de emergência que nos permitirão em situações de apuro (ex: mudanças no estado do mar), termos a possibilidade de atingir o ponto de saída utilizando percursos e saídas alternativas.