Lesson 1, Topic 1
In Progress

Planeamento

No planeamento do mergulho teremos que equacionar os seguintes parâmetros:

  1. Profundidade máxima a atingir
  2. Duração do mergulho
  3. Cálculo da autonomia
  4. Percurso subaquático
  5. Chegada à superfície e saída da água
  6. Elaboração de um plano de emergência

1. PROFUNDIDADE MÁXIMA A ATINGIR


O estabelecimento de um limite de profundidade destina-se a garantir um maior grau de segurança tendo em atenção que o mergulhador CMAS One Star Diver só pode evoluir no espaço de média profundidade (até 20m).

2. DURAÇÃO DO MERGULHO


O estabelecimento de um tempo máximo de mergulho permite-nos despoletar atempadamente o “plano de emergência” de procura e recuperação dos mergulhadores que o ultrapassam.

3. CÁLCULO DA AUTONOMIA


No Módulo 14 – Cálculo do consumo de ar, apenas considerámos a variação do consumo de ar existente numa garrafa consoante a profundidade de evolução do mergulhador. Na realidade, o que nos interessa é o cálculo da “autonomia da garrafa” para sabermos como planear o nosso mergulho em função do ar que iremos consumir.

Partindo do pressuposto que o mergulhador CMAS One Star Diver não efetua paragens de descompressão, a primeira norma de segurança a definir é que no cálculo do ar necessário para o tempo de fundo não se entra em conta com o ar de reserva (50bar).

PARA MERGULHOS ATÉ 20M SEM PATAMARES DE DESCOMPRESSÃO, ASSUMIMOS QUE O AR DE RESERVA É DESTINADO EXCLUSIVAMENTE À SUBIDA PARA A SUPERFÍCIE

Posta esta premissa, a quantidade de ar utilizado pelo mergulhador desde o início da descida e durante a sua permanência no fundo até iniciar a subida (Tempo de Fundo) é considerado o volume de ar útil da garrafa.

A autonomia é o volume de ar útil (disponível) contido na garrafa convertido em tempo de utilização, ou seja a autonomia será igual à divisão entre o ar disponível e o consumo. A fórmula de cálculo da autonomia (em minutos) de uma garrafa é a seguinte:

Autonomia =[C x (Pt – Pr) ] / (c x Pa)

Em que:

  • C = capacidade da garrafa em litros
  • Pt = pressão a que a garrafa está carregada
  • Pr = pressão de reserva (50bar)
  • c = consumo de ar à superfície (25L/min)
  • Pa = pressão absoluta (à profundidade considerada)
EXEMPLO 1

Autonomia em Minutos

Pretende-se efetuar um mergulho à profundidade de 20m, utilizando uma garrafa de 12 litros, carregada à pressão de 220bar. Qual será a autonomia da garrafa para esse perfil de mergulho, sabendo que o seu consumo de ar à superfície é de 25L/min.

  • Pa = 3bar
  • C = 12L
  • Pt = 220bar
  • c = 25L/min
  • Pr = 50bar
Cálculo do Ar Disponível

C x (Pt – Pr) = 12 x (220-50) = 2040 litros

Cálculo da Autonomia

Ar disponível ÷ (c x Pa) = 2040 ÷ (25 x 3) =27,2 min

Do resultado obtido podemos concluir que podemos realizar o mergulho pretendido (20m) com a duração (TF) de 27 minutos.

Pela análise da tabela Bühlmann verificamos que esse mergulho não exige qualquer patamar de descompressão tal como está definido para o mergulhador CMAS One Star Diver.

EXEMPLO 2

Autonomia em Litros

Pretende-se efetuar um mergulho à profundidade de 20m, cuja duração (TF) será de 30min, utilizando uma garrafa de 15 litros, carregada à pressão de 220bar. Sabendo que o seu consumo de ar à superfície é de 25L/min, será o mergulho feito em segurança ?

  • Pa = 3bar
  • C = 15L
  • Pt = 230bar
  • c = 25L/min
  • Pr = 50bar
  • TF = 30min
Cálculo do Ar Disponível

C x (Pt – Pr) = 15 x (220-50) = 2550 litros

Cálculo da Autonomia

Ar disponível ÷ (c x Pa)

= 2550 ÷ (25 x 3) = 34 min

Do resultado obtido podemos concluir que o mergulhador tem disponível para o seu regresso à superfície tem 1050 litros de ar, em que 300 correspondem a 4 minutos a 20m (4min x 75l/min) e 750 litros correspondem aos 50bar de reserva de uma garrafa de 15L (15L x 50bar),

(2550 – 2250) + 750 = 1050 litros de ar, 

o que garante uma margem de segurança que lhe  permitirá realizar uma subida direta à superfície ou resolver uma situação imprevista.

4. PERCURSO SUBAQUÁTICO


Depende entre outros fatores, do interesse dos mergulhadores (lazer, fotografia, biologia, etc.), perfil do mergulhado (evitar os perfis inverso e tipo yo-yo), zonas perigosas, “consumo de ar”, possibilidade da existência de saídas alternativas, etc.

5. CHEGADA À SUPERFÍCIE E SAÍDA DA ÁGUA


Está relacionada com a maneira como vai ser feita a recolha dos mergulhadores pela embarcação de apoio (embarcação fundeada ou não) ou, se for feita para terra, com a escolha do local de saída.

6. ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE EMERGÊNCIA


Todos os mergulhadores e pessoal de apoio têm que ter conhecimento de um plano de emergência.