O Reboque da Vítima
Como dissemos existe um número apreciável de métodos de reboque dum mergulhador à superfície.
No entanto qualquer que seja o método utilizado deverão procurar adotar-se os seguintes critérios.
- A cara da vítima deve ser sempre mantida fora da água.
- O “RD” e a vítima devem estar praticamente na posição horizontal e em flutuabilidade positiva.
- O “RD” deve dominar perfeitamente o estado da vítima e deve estar sempre em situação de segurança.
- O “RD” deve ter liberdade de movimentos para poder nadar.
- O “RD” deve manter um contacto visual com a vítima e se possível falar com ela.

Um método de reboque bastante utilizado efetua-se da seguinte maneira:
O “RD” coloca a vítima em posição horizontal, de costas, agarra-a pelo antebraço e movimenta a vítima empurrando-a.
É bastante fácil passar para esta posição após a posição de sustentação utilizada para o contacto e também desta para a posição para aplicação da respiração artificial.

Os métodos de reboque em que a vítima é segura pela torneira da garrafa ou pela parte superior do colete e depois rebocada são fáceis para o salvador permitindo atingir uma velocidade razoável de deslocação mas tem o inconveniente de ser mais difícil vigiá-la.
Se a distância a percorrer é curta talvez este método seja o mais aconselhável, senão é preferível adotar um método que permita uma maior vigilância da vítima mantendo-se um contacto visual o que lhe proporciona um maior conforto psicológico.
A natação deve ser pausada e regular para evitar que o “RD” se canse, sendo também aconselhável, se possível , que o “RD” peça ajuda para o reboque pois o esforço será repartido por mais participantes.
Alterar o ritmo da natação, fazer breves paragens para repouso e levar a vítima a participar são aspetos que o “RD” deve considerar, pois irão traduzir-se numa redução do esforço a despender.
Um cabo de salvamento reduz drasticamente o esforço a executar num reboque devendo ser utilizado sempre que seja possível fazê-lo. Este cabo permite que o salvador se aproxime mais rapidamente da vítima pois esse esforço inicial será compensado pela redução do esforço durante o reboque.
Se o cabo tiver uma boia na extremidade esta poderá ser atirada ao mergulhador em dificuldade à qual se agarrará sendo depois rebocado pela pessoa que fica encarregue de recolher o cabo. Se a vítima não tem força para agarrar a boia o “RD” poderá com uma das mãos agarrar a vítima e com a outra a boia sendo depois rebocados em conjunto.
Caso o mergulho seja feito a partir duma embarcação fundeada é de toda a conveniência que seja lançado pela popa um cabo bastante comprido (20 a 30 metro), com um flutuador na extremidade, que poderá comportar-se como um cabo de socorro se um mergulhador sair á superfície longe da embarcação.

ENQUANTO UMA VÍTIMA SE DEBATER NÃO DEVE SER REBOCADA. O REBOQUE SÓ SERÁ EFETUADO APÓS A VÍTIMA ESTAR EM FLUTUABILIDADE POSITIVA E DEPOIS DE TER ACALMADO.
FINALDO REBOQUE
É de fundamental importância que o salvamento de um mergulhador consciente termine da maneira menos embaraçosa e menos traumatizante para o seu protagonista.
NA REALIDADE REPROVAR O MERGULHADOR EM FRENTE DOS SEUS COMPANHEIROS, ATRAINDO SOBRE ELE AS ATENÇÕES PODE ORIGINAR QUE ELE NÃO VOLTE A MERGULHAR.
Se a vítima estiver a recuperar é de boa política deixá-la sair da água pelos seus próprios meios dispensando-lhe um mínimo de ajuda, se tal for o caso, não deixando o “RD” de o vigiar discretamente para no caso de qualquer eventualidade poder intervir de imediato.