Lesson 1, Topic 1
In Progress

O Mapa Subaquático

Local de Mergulho “The Caves – Dahab”

Existem várias locais de mergulho que já apresentam mapas subaquáticos que os guias de mergulho podem utilizar como base para realizarem as suas reuniões iniciais (Briefing), no entanto é essencial que o Guia de Mergulho consiga elaborar uma representação gráfica do local de mergulho. Esta é uma tarefa que como Guia de Mergulho terá de realizar.

A elaboração de um mapa subaquático apresenta as seguintes vantagens:

  • É um precioso auxiliar quando se quer transmitir aos mergulhadores que nunca mergulharam num determinado local uma ideia relativamente precisa desse local
  • O mergulhador de CMAS Three Star Diver fica com conhecimentos de navegação mais precisos, que lhe são úteis quando lidera um grupo de mergulho
  • Os mergulhadores no geral passam a ser possuidores de conhecimentos de navegação mais precisos quando mergulham autonomamente
  • Mostra aos mergulhadores as características do local, os locais de entrada e de saída, os pontos de interesse e os pontos a evitar
  • Permite avaliar as modificações sofridas pelo local de mergulho em qualquer momento referenciando-as com as condições originais

Para o desempenho desta tarefa é fundamental que os conhecimentos adquiridos no curso de Navegação Subaquática estejam bem presentes. É neles que se baseiam os procedimentos adoptados

Desenhar um mapa com relativa fiabilidade e fácil de compreender é uma tarefa interessante para a qual necessitamos minimamente dos seguintes materiais:

  • Placa de desenho em plástico despolido e lápis
  • Bússola que permita tirar azimutes (a bússola electrónica é ideal pois permite tirar vários e memorizá-los)
  • Cabos finos (de preferência não flutuantes), bóias e pesos (poitas)
  • Papel milimétrico

O principal objetivo na construção de um mapa subaquático é apresentar um desenho o mais correto possível que forneça indicações que permitam ao mergulhador imaginar o local onde vai mergulhar. Se a imagem que reteve for razoavelmente aproximada daquilo que vai ver, o seu mergulho será certamente bastante mais gratificante e seguro do que se for mergulhar “às cegas”, sem saber o que vai encontrar e qual o melhor percurso a fazer. Neste contexto o mapa deverá conter não só informações subaquáticas como terrestres, devidamente assinaladas por símbolos apropriados, criados pela imaginação do seu autor, devidamente explicados na “simbologia”.

Antes da construção do mapa é essencial que o seu executante adquira o maior número possível de informações sobre o local do mergulho. Assim, deverá possuir a carta náutica detalhada do local, onde encontrará todas as informações relativas ao tipo de fundo, linhas batimétricas, rochas isoladas, pontos de referência na costa (pontos conspícuos), tipo de costa, correntes marítimas, etc., elementos que muito contribuirão para a elaboração fiel do mapa subaquático.

Se o local nunca foi visitado, o estudo atrás referido deverá ser complementado por mergulhos de exploração, durante os quais o mergulhador deverá anotar todos os pormenores que possam ajudar a definir os percursos subaquáticos. Não esquecer, entre outros, as linhas de ligação e os percursos alternativos (que poderão revelar-se de grande importância em condições adversas do mergulho), as distâncias a percorrer, a existência de correntes, a fauna e flora do local, rochas dispersas ao longo do percurso e tantos outros pormenores que caracterizem o local. A utilização de marcas artificiais pode, de certa forma, simplificar a marcação de um percurso, ainda que tenham o inconveniente de poderem ser destruídas com relativa facilidade.

Antes de começar a construir o mapa, todos os pontos de interesse do percurso subaquático deverão ser assinalados à superfície com pequenas bóias coloridas. Estas bóias, que deverão estar perfeitamente identificadas com os pontos a que correspondem, permitirão posteriormente o seu posicionamento relativamente a referências terrestres (azimutes, enfiamentos, etc.).

Na posse destas informações e depois de todos os pontos marcados sobre o desenho à escala, este pode ser completado com a inclusão de referências terrestres, tais como molhes, paredões, estradas de acesso, candeeiros de iluminação, edifícios situados junta à costa, árvores, etc., que servirão de auxílio ao mergulhador. Este mapa pode ser desenhado posteriormente em tamanho grande, de preferência a cores, podendo ser pendurado na parede ou colocado sobre um cavalete durante a reunião inicial com os mergulhadores, de modo a que todos facilmente o vejam, sigam as indicações dadas pelo GM e possam assim fazer as perguntas que julguem pertinentes.

Se a área de mergulho for muito grande há toda a conveniência em fazer pequenos grupos liderados pelo respectivo guia que a percorrerão separadamente em percursos diferentes, para evitar que a confusão se estabeleça, tornando assim o mergulho mais seguro e relaxante.