Lesson 1, Topic 1
In Progress

O Escafandro De Le Prieur

Entre 1926 e 1936, o comandante Yves Le Prieur, da Armada francesa, dedicou-se ao estudo de outro tipo de escafandro. Nessa altura, o desenvolvimento tecnológico já permitia utilizar garrafas carregadas a 150bar.

Le Prieur aplicou a uma destas garrafas uma torneira, idêntica aos atuais manorredutores utilizados na soldadura oxi-acetilénica, que era manobrada pelo mergulhador. O ar, em débito contínuo, era conduzido por um tubo a uma máscara que cobria inteiramente a cara do mergulhador (máscara facial), e o excesso de ar saía continuamente pelos rebordos. Esta sobrepressão do ar tornava a respiração mais cómoda, mas exigia uma regulação criteriosa da torneira e fazia perder muito ar. A garrafa era usada ventralmente para permitir consultar o manómetro ligado à torneira e, simultaneamente, controlar o débito de saída.

Desta forma, o regulador de débito a pedido foi sendo substituído pelo regulador de débito contínuo, o que tecnologicamente significou dar um passo atrás no desenvolvimento do mergulho autónomo. A capacidade das garrafas atingia os 1000 litros, o que equivale a um volume já razoável, embora o desperdício causado pela sobrepressão com que a máscara era alimentada limitasse o tempo de mergulho.

Podemos afirmar que foi Le Prieur quem, na realidade, criou o mergulhador moderno, ao equipá-lo com as célebres barbatanas inventadas em 1933 pelo capitão de corveta Maurice Corlieu, idênticas às que hoje se utilizam, e com os primeiros óculos subaquáticos com dois vidros, criados em 1910 por Guy Gilpatrick, a partir dos óculos dos aviadores. A vedação era feita com massa de vidraceiro colocada à volta do rebordo que assentava na face.

No início dos anos 30, o russo Karamarenko inventava a primeira máscara com um só vidro. O mergulhador tornara-se assim definitivamente autónomo.