Lesson 1, Topic 1
In Progress

O Desequipar da Vítima a Seguir ao Salvamento

Desequipar uma vítima é uma fase muito importante num salvamento de um mergulhador.

Com efeito é muito difícil se não impossível retirar da água uma vítima se esta estiver exausta e com todo o equipamento. Além disso o reboque será menos penoso para o “RD” se ele tiver vencer a resistência oferecida apenas pela vítima à qual foi retirado o equipamento.

A retirada do equipamento obriga que o salvador conheça muito bem as suas características de modo que esse processo seja rápido e eficaz e não cause grandes perturbações à própria ação de salvamento.

Uma das coisas que o “RD” tem de ter sempre presente é que o custo do material não compensa a perda de uma vida humana, pelo que não deve hesitar em abandoná-lo se isso significar a única possibilidade de salvamento ou a melhoria das suas condições.

Ao retirar o equipamento o “RD” deverá equacionar também o estado físico e emocional da vítima, a temperatura de água e o estado do mar, se tem ou não possibilidade de ajuda, qual o volume do equipamento que a vítima usa e qual a distância a percorrer até terra ou até à embarcação rebocando a vítima.

O método mais simples para desequipar um mergulhador em dificuldade é certamente aquele em que ele se desequipa sozinho pois quer é ver-se livre de toda “a tralha” que tem em cima de si e nem sequer está a ligar a qualquer ordem que lhe esteja a ser dada.

É normal verificar-se que o mergulhador em dificuldade raramente tira o cinto de lastro ou enche o colete, o que lhe traria de imediato um grande conforto, mas sim esbraceja desesperadamente e tenta içar-se para fora de água o mais possível.
Nesta situação ele nunca mais vai pensar em levar as mãos ao cinto ou ao colete, continuando nessa aflição.

Neste estado de pânico só muito raramente ele reagirá a qualquer ordem mesmo que ela seja dada imperativamente.

É mais provável que ele passe para as mãos do salvador qualquer objeto pesado que segure, pois está a reagir depositando confiança em alguém que está ali para o ajudar, podendo desta forma o “RD” libertar-se do objeto em seguida para continuar o salvamento.

Se o salvador estiver munido de um objeto flutuante a situação pode melhorar pois ele pode colocar sobre ele os objetos que o mergulhador lhe vai entregando. O mais conveniente é o “RD” colocar o objeto flutuante à frente do mergulhador em pânico permitindo que ele se apoie e assim se sinta mais confortável. Considerar a possibilidade de retirar o lastro e o escafandro para facilitar o reboque e saída da água do mergulhador.

Se a distância de reboque for grande, é conveniente que seja retirado e abandonado o escafandro (garrafa e regulador) e lastro do mergulhador em dificuldade para diminuir a resistência ao reboque, conservando o colete cheio de ar como meio de flutuabilidade adicional, para que ele possa ter mais sustentação.

Considerar outras possibilidades de dar à vítima mais sustentação com outros meios que possam proporcionar flutuabilidade (Fatos de mergulho, boias, coletes salva vidas, etc.). Um mergulhador com fato de neoprene, por exemplo, fica com flutuabilidade positiva do fato.

Para retirar a garrafa e o colete, o “RD” deve desapertar todas as precintas e empurrá-lo com as mãos ou mesmo com os pés ou, se tiver ajuda, pedir ao outro salvador que puxe o equipamento.

Para aliviar o mergulhador em dificuldade do cinto de lastro, o “RD” deve colocar-se por traz dele e, rodeando-lhe a cintura com o braço, abrir a fivela do cinto, afastando-o do mergulhador e deixá-lo cair para o fundo. Nunca se deve abrir a fivela e esperar que o cinto caia por si, pois pode ficar preso na faca ou noutro sítio qualquer.