Lesson 1, Topic 1
In Progress

Condução de uma Sessão Teórica

Nas atividades subaquáticas o conhecimento teórico básico dos fenómenos com elas relacionados e a compreensão da função e funcionamento dos equipamentos utilizados é fundamental.

Há, pois, que “passar” essas informações aos alunos o que é conseguido através de sessões teóricas utilizando várias técnicas tais como discussões, métodos de ensino, demonstrações ou a combinação de algumas delas ou de todas em locais apropriados para o fazer.

O uso de uma sala de aulas para ensinar a teoria do mergulho é a mais aconselhável para fazer a aprendizagem e reduzir a possibilidade de distração dos alunos.

Uma sala de aulas com boa luz, bem equipada, (quadro preto ou branco, quadro de folhas, mesas, cadeiras, equipamento de audiovisuais) pode aumentar a confiança no instrutor e dar qualidade à sua apresentação.

Iremos abordar os pontos principais que devem estar associados a uma sessão teórica realizada em sala de aulas dando-se especial relevância ao impacto visual que uma aula deve ter, bem como a alguns aspetos do seu planeamento e apresentação.

A POSIÇÃO DO INSTRUTOR E DOS ALUNOS


Antes dos alunos chegarem o instrutor deverá avaliar o local onde se irá posicionar de modo a captar a maior atenção e a ser mais eficaz na sua exposição.

Normalmente a posição do instrutor deverá ser em frente dos seus alunos de modo que a sua atenção esteja nele concentrada. No entanto outras posições poderão ser tomadas dependendo daquilo que se está a apresentar e do número de alunos existentes.

Poderá ser conveniente mudar de posição de modo a estar sempre perfeitamente visível e a ser ouvido claramente.

O instrutor deverá estar sempre visível por todos os alunos, com a possibilidade de controlar os meios técnicos que vai utilizar sem interferir com a visibilidade dos apoios visuais.

O instrutor deve procurar que os alunos se disponham o mais perto possível de si, evitando a existência de lugares vagos entre eles que possam originar a sua dispersão por toda a sala (sobretudo se esta for de grandes dimensões) devendo assegurar-se que os alunos não têm necessidade de se moverem no seu lugar para poderem ver o ecrã ou o quadro.

Outra disposição muito utilizada é a existência duma mesa entre os alunos e o instrutor que por vezes se situa sobre um estrado, onde também são colocados o quadro e o ecrã, o que permite ao instrutor ter uma melhor visão do grupo de alunos.

De qualquer forma o instrutor deve evitar colocar uma barreira física entre ele e os alunos pelo que não é aconselhável que permaneça atrás da mesa enquanto está a falar com eles. Esta posição pode desencorajar os alunos a integrarem-se na apresentação do instrutor.

Se o instrutor necessitar de uma mesa para colocar as suas notas ou outro material, esta deverá ser colocada um pouco desviada para o lado de modo a não interferir com o posicionamento do instrutor versus alunos.

Quando houver necessidade de mostrar equipamento o instrutor deverá dispor os alunos em volta de um local ou de uma mesa onde o material vai ser colocado para a demonstração.

Cadeiras Desencontradas

Um meio de o conseguir é não colocar as cadeiras atrás umas das outras, mas sim desencontradas umas das outras.

Semicírculo

A colocação dos alunos em semicírculo é uma ótima disposição para estabelecer discussões pois essa disposição encoraja a troca de ideias estando os alunos em contacto visual permanente uns com os outros.

Trabalhos de Grupo

Em trabalhos de grupo os alunos deverão ficar dispostos em grupos, à volta de mesas relativamente afastadas umas das outras, de modo que os grupos não interfiram uns com os outros podendo assim originar distrações.

MOTIVOS DE DISTRAÇÃO


Por muito dinamismo que o instrutor coloque na sua apresentação e por muito interessante que o assunto seja, a atenção dos alunos pode ser desviada de diversas formas. Os sentidos que utilizamos na aprendizagem podem ser desviados pelos motivos a seguir enumerados:

O RUÍDO

Alguns alunos a falar durante a apresentação (para além de falta de educação) pode provocar distração nos colegas e causar um certo mau estar. Nesta situação o instrutor deve delicadamente, mas firmemente pedir-lhes para continuarem a conversa após a sessão ter terminado.

O ruído exterior é mais difícil ou impossível de controlar, mas por vezes o fechar das janelas ou portas pode reduzi-lo substancialmente.

Se no momento da apresentação o ruído produzido pela passagem de um avião ou proveniente de uma fonte sonora passageira for bastante intenso, o instrutor deverá parar a apresentação até que ele termine e nunca tentar falar alto de modo a sobrepor-se ao ruído.

O CONFORTO DA SALA

A sala ou o local da sessão teórica deve ser confortável e, sobretudo, bem ventilada. A temperatura não deverá ser nem muito alta (calor) nem muito baixa (frio). Nestes extremos a atenção dos alunos concentra-se no desconforto que estão a sentir e não na apresentação do instrutor.

As cadeiras deverão ser confortáveis e de preferência almofadadas. Estar sentado durante largos períodos em cadeiras de madeira ou de plástico acaba por se tornar desconfortável. Nestes casos é conveniente fazer uns pequenos intervalos para que os alunos possam estender as pernas e aliviar o “assento”!

AS DISTRAÇÕES VISUAIS

A mais importante das distrações é a distração visual.

Mapas, cartazes coloridos de paisagens apetecidas ou de outras coisas mais, colocadas atrás do instrutor ou dentro do campo visual dos alunos devem ser retirados para eliminar pontos de distração.

O instrutor deve mostrar as suas ajudas visuais precisamente na altura própria e nunca antes. Se o fizer pode estar certo de que os alunos nunca mais prestarão atenção ao que está a dizer a partir do momento em que seja projetada essa ajuda.

O instrutor nunca deve deixar as imagens projetadas no ecrã logo que elas deixem de ter relevância para aquilo que está a falar.

O instrutor deve assegurar-se que as imagens são claramente visíveis e compreensíveis de todos os lugares da sala. Se a sala estiver muito iluminada ou a imagem for muito pequena originando assim uma dificuldade na sua leitura está criado um motivo para a distração.

Se existirem janelas o instrutor deve posicionar os alunos de modo que eles não encontrem no exterior outro motivo de distração.

O instrutor nunca deverá ignorar que uma das maiores distrações visuais é ele próprio. Deve, pois, acautelar-se para que a sua apresentação (posição corporal e forma de vestir) ou os seus tiques (maneirismos) não se transformem no ponto principal da distração dos alunos.

MANEIRISMOS

Muitos instrutores têm tiques pelos quais os seus alunos o reconhecem, que não serão importantes se não provocarem um determinado nível de distração aos alunos enquanto está a ensinar.

São exemplos de tiques atirar o giz ao ar, bater com a caneta ou com o lápis em cima da mesa, mexer nas chaves dentro dos bolsos, agitar constantemente o ponteiro, estalar os nós dos dedos e outros mais que podem tornar-se enfadonhos ao fim de algum tempo.

Os tiques nervosos ao falar também interferem com a comunicação tais como “Hum” e “ahhh”, repetição constante da mesma palavra como por exemplo “está bem?”, “estão a compreender?”, “OK?”.

Muitos destes maneirismos refletem situações de ansiedade e de stresse do instrutor e como uma apresentação tem sempre uma certa carga de ansiedade e de stresse, eles são amplificados tornando-se notórios para os alunos.

Para além da situação de divertimento que alguns deles causam, o principal inconveniente é o facto de os alunos concentrarem a sua atenção sobre o tique deixando de prestar atenção ao que o instrutor está a dizer, alheando-se totalmente dos objetivos da lição.

Os tiques mais comuns entre os instrutores para além dos atrás citados são:

  • Brincar com a coroa rotativa do relógio de mergulho
  • Rodar o anel no dedo
  • Brincar com o giz ou marcador
  • Esticar e encolher continuamente o apontador telescópico
  • Movimentar-se excessivamente passeando de um lado para o outro
  • Coçar ou beliscar o nariz
  • Alisar o cabelo
  • Lamber os lábios
  • Pigarrear
  • Emitir monossílabos
  • Gesticular excessivamente com as mãos e com os braços
  • Estar sempre a carregar no botão da esferográfica fazendo o irritante “clik-clik”

MEIOS AUDIOVISUAIS


A chave do sucesso de uma apresentação é a “habilidade em captar e manter a atenção dos alunos” apresentando o assunto da sessão de uma forma fácil de compreender e de reter a informação.

O instrutor deve ter presente que no processo de aprendizagem a visão é o fator mais importante pois as palavras raramente atingem o resultado pretendido.

A melhor forma de assegurar que a mensagem é percebida é a utilização de palavras com um bom suporte Audiovisual.


Quando a mensagem é apenas verbal a retenção da informação não ultrapassa os
20%, mas se for apoiada com audiovisuais a retenção pode chegar aos 50%


Os audiovisuais destinam-se a reforçar a mensagem, dando-lhe mais impacto, tornando as ideias mais claras e sublinhando os pontos principais da aula. Como se referiu o seu uso pode constituir a chave de uma sessão bem conseguida, pelo que tem que ser dada uma atenção extrema à sua qualidade e forma de utilização, sobretudo no mundo atual que tudo nos chega por meio de aplicações e plataformas


O primeiro ponto a referir é que nada substitui a visão de um objeto presencial !


Se o instrutor está a falar de equipamento não há desenhos nem fotografias que substituam as peças de equipamento.

Sempre que for possível o instrutor deve mostrar o objeto de que está a falar e deixar os alunos tocar-lhe. A ajuda visual é, neste caso, a própria peça de equipamento.

Obviamente haverá momentos em que o instrutor terá que mostrar desenhos ou fotografias de determinados equipamentos pois é impossível explicar o que se pretende com o próprio equipamento (ex: as partes que constituem um primeiro andar). Neste caso o uso de modelos ou esquemas simples, onde sejam incluídos cortes do equipamento, permite ao aluno uma melhor compreensão da sua estrutura e funcionamento.

SUPORTES VISUAIS

Podemos referir alguns audiovisuais de suporte, como o:

  • Quadro (preto ou branco)
  • Quadro de folhas
  • Cartazes
  • Computador
  • Vídeo
  • Projetor de vídeo
  • TV

O uso do quadro é ideal para fornecer informação
adicional. Ao usar o quadro o instrutor deverá procurar organizar o texto de uma forma clara e precisa de modo que o aluno não tenha dificuldade em seguir o seu raciocínio.

O instrutor nunca deverá falar enquanto estiver virado para o quadro, mas sim apenas quando estiver virado para os alunos.

Os quadros de folhas e os cartazes podem ser preparados com antecedência, e são ideais para serem usados fora de uma sala de aula. O tamanho A1 é o mais indicado.

A apresentação com computador é no momento atual a mais versátil e efetiva ajuda. Permite colocar texto com animação, juntar som á apresentação e mostrar a imagem com a ajuda de um projetor de vídeo.

O vídeo pode tornar-se numa ajuda bastante cómoda numa apresentação, mas assegura-te que esta traduz a realidade que te rodeia. É especialmente importante para ilustrar tudo o que são movimentos e técnicas de fotografia subaquática.


O vídeo e as plataformas online não devem nunca substituir a necessidade do
instrutor lecionar a componente teórica dos cursos