Lesson 1, Topic 1
In Progress

Como Ensinar a Teoria

Como já abordámos anteriormente a importância da comunicação, dos métodos de ensino-aprendizagem, do planeamento de uma sessão com a definição de objetivos e avaliação dos mesmos, são aspetos fundamentais para garantir o sucesso da sessão teórica.

Podemos ainda relacionar todos esses conceitos com alguns princípios fundamentais e aplicados em contexto prático de forma que os conteúdos sejam:

  • Adaptados ao nível dos alunos
  • Fluido, em interação e em ambiente agradável
  • Lecionados de modo a dar tempo aos alunos de assimilarem os conhecimentos antes de prosseguir.

Os métodos de ensino aprendizagem encontram-se estreitamente relacionados com a comunicação, podendo-se afirmar que para cada método existe um conjunto de informação que é constantemente percecionada entre o instrutor e os alunos.

Relembrando, a comunicação pode então ser:

Verbal: Quando utilizamos a linguagem para a transmissão dos conhecimentos.
Visual: Quando utilizamos audiovisuais ou o objeto (ex: garrafa ou o colete) de que estamos a falar.
Gestual ou Corporal: Quando utilizamos a movimentação do corpo e os gestos para demonstrar um conhecimento.
Física: Quando utilizamos o contacto físico como meio de demonstrar ou corrigir.
Individual: Tende a ser mais específico.
Para um Grupo: Tende a ser mais generalista.

De forma a facilitar a aprendizagem de uma nova matéria pelo aluno o instrutor pode tentar explicá-la seguindo uma linha de conduta de maneira a que esta se torne lógica. Isto pode ser feito partindo:

  • Do concreto para o abstrato
  • Do familiar para o não familiar
  • Do fácil para o difícil
  • Do simples para o complexo
  • Do perto para o distante
  • Do essencial para o desnecessário
  • Do geral para o particular

COMO FALAR PARA UM GRUPO


Para falar para um grupo o instrutor deverá:

  • Usar roupas confortáveis.
  • Olhar diretamente para os alunos de maneira que eles sintam que está a falar com eles.
  • Estimular os alunos a participarem na aula.
  • Manter um diálogo com os alunos.
  • Não se esconder atrás da mesa pois parece que está inseguro.
  • Usar mímica e linguagem corporal para reforçar a mensagem.
  • Usar adequada e animadamente a linguagem gestual de modo a manter a atenção dos alunos.
  • Não ter dúvidas sobre a matéria que vai lecionar pois, caso contrário, pode perder o respeito e o interesse dos alunos.
  • Ser igual a si próprio e não pretender ser outra pessoa.
  • Pedir aos alunos que estudem a matéria da próxima aula pois assim também terá que estar preparado.
  • Começar a aula com uma revisão da aula anterior.
  • Ouvir os alunos mostrando atenção e interesse mesmo que não se tenha a mesma opinião.

COMO UTILIZAR AS PERGUNTAS


Uma boa forma de conseguir que os alunos participem ativamente na aula é fazer perguntas.

Estas podem ser formuladas e usadas de diferentes formas:

  • Colocá-las a todo o grupo ou a um só aluno.
  • Permitir que um aluno responda a uma pergunta feita a outro.
  • Permitir que o aluno encontre resposta à sua própria pergunta.
  • Permitir que todos os alunos respondam à mesma pergunta num tempo determinado.

Se um dos alunos colocar uma questão demasiado complexa ou fora do contexto, deve sugerir-lhe discuti-la no fim da sessão, de forma a ser-lhe concedido o tempo necessário sem prejudicar os outros colegas. É importante manter a estrutura da matéria a lecionar na sessão, pois de outro modo facilmente paramos em vez de avançarmos.

As perguntas devem ser escolhidas cuidadosamente devendo evitar-se aquelas que têm uma resposta óbvia como por exemplo “o coração é um músculo situado no tórax, não é?”

O instrutor deve evitar fazer perguntas sem qualquer sentido prático como por exemplo “estão a compreender?” pois normalmente irá ver todos os alunos a abanarem afirmativamente a cabeça ou receber um “sim” coletivo.


As perguntas destinadas a baralhar ou confundir os alunos devem ser evitadas, bem
como as que sejam muito difíceis ou enganosas


As perguntas devem ser colocadas de modo a estimular a discussão e assim conduzir os alunos a descobrirem a resposta por eles próprios e desta forma lembrarem-se de conhecimentos adquiridos anteriormente e presentemente esquecidos.

Qualquer pergunta deve ser feita sobre um assunto relevante que já tenha sido explicado de forma que todos os alunos tenham possibilidade de responder corretamente.

Fazer perguntas que não deem hipótese aos alunos responderem é muito desanimador, ao contrário das que podem ser corretamente respondidas que dão confiança aos alunos.

O instrutor deve colocar a pergunta para todos os alunos de forma que todos possam começar a pensar na resposta (pois ninguém sabe quem vai ser solicitado para responder) e após um curto espaço de tempo pedir a resposta a um dos alunos.

A pergunta deve ser realizada clara e pausadamente de modo que todos a ouçam e compreendam o que se pretende.

O instrutor deve estar preparado para ouvir respostas disparatadas. Se o aluno que respondeu errado for bruscamente corrigido, certamente que irá evitar responder posteriormente a outras perguntas, pelo que o instrutor deverá ter o maior cuidado na forma como faz a sua correção.

OS INTERVALOS E OPTIMIZAÇÃO DO ENSINO


Para manter os alunos atentos de modo a não perderem a concentração é necessário fazer vários e pequenos intervalos.

Podemos ainda usar estes intervalos para mudar o método de ensino, ou aproveitar para colocar um tema em discussão.


Ao falarmos de intervalos não significa necessariamente que vamos todos ao café


O instrutor deve usar diferentes ajudas nas aulas, mas sem exagerar. Deve encorajar aqueles que responderam errado, uma vez que o tentaram em vez de ficarem calados.

O que ouves

O que vês

O que fazes

O que percebes

Esqueces

Lembras-te

Percebes

Não esqueces

O instrutor deve valorizar o que os alunos fizeram corretamente e deixá-los explicar o que fizeram errado.

Se os alunos perceberem por eles mesmo o que fizeram errado a resposta será encontrada e o ensinamento irá ser memorizado.

Deverá ser falado sempre em primeiro lugar o assunto mais importante, e não se deve tentar corrigir vários erros ao mesmo tempo.


O que ensinas é irrelevante; o mais importante é o que os alunos aprendem


APRENDIZAGEM INTROVERTIDO VS EXTROVERTIDO


A personalidade dos alunos é uma das características que podem influenciar a perceção e avaliação errada do instrutor. Existem alguns comportamentos que podemos identificar em pessoas introvertidas ou extrovertidas que o instrutor deverá ter consciência.

INTROVERTIDO

Uma pessoa introvertida tende a apresentar o seguinte padrão de comportamentos:

  • É mais cuidadoso
  • Frequentemente subestima as suas potencialidades
  • Precisa de se sentir segurança antes de prosseguir

Estas atitudes são muitas das vezes erradamente interpretadas como insegurança ou desconhecimento.

EXTROVERTIDO

Uma pessoa extrovertida tende a apresentar o seguinte padrão de comportamentos:

  • Pensa que é melhor e acha-se mais capaz do que é na realidade
  • Facilmente experimenta técnicas avançadas sem que as básicas estejam perfeitamente dominadas

Se não for travado no momento exato, pode ser um fator de destabilização da sessão.

Quando a automatização das técnicas básicas de uma atividade é conseguida, poderão ser ensinadas técnicas cada vez mais complexas.