Lesson 1, Topic 1
In Progress

Assistência a um Mergulhador à Superfície

Tecnicamente toda a assistência prestada a um mergulhador em dificuldade é uma forma de socorro.

No entanto, assistência implica da parte do salvador uma simples ajuda a um mergulhador de modo a que ele possa resolver o seu problema, ajuda essa em que ambos não correm qualquer perigo, e socorro propriamente dito implica a libertação de um mergulhador dum problema grave com perigo real para ambos.

UM MERGULHADOR INCONSCIENTE TEM QUE SER SOCORRIDO ENQUANTO QUE UM MERGULHADOR COM UMA CÃIBRA BASTA SER ASSISTIDO.

Se todos os problemas forem identificados cedo, poderão ser tratados como um simples caso de assistência evitando desta forma o socorro e o perigo para a vida das pessoas.

Existem dois tipos de assistência:

  1. aquela em que o “RD” não necessita ir para a água
  2. aquela em que o “RD” necessita ir para a água

1. ASSISTÊNCIA EM QUE O “RD” NÃO NECESSITA IR PARA A ÁGUA

Sempre que seja possível o “RD” deve evitar ir para a água para efetuar a assistência e muito menos estabelecer contacto físico com o mergulhador em dificuldade.

Isso é possível estendendo-lhe uma vara (croque ou remo) que quase sempre existe a bordo duma embarcação, prancha ou qualquer outro objeto flutuante (ex: um colete cheio) ao qual a vítima se possa agarrar ou aproximando-se com a embarcação.

A utilização duma embarcação ligeira para efetuar um salvamento deve revestir-se de cuidados especiais para que os outros mergulhadores não corram o risco de ser apanhados pelo hélice da embarcação.

Assim:

  • Devem utilizar-se os remos para aproximar a embarcação da vítima
  • Deve fazer-se a aproximação a favor do vento ou da corrente de forma que a embarcação seja empurrada para a vítima
  • Se a embarcação for muito pequena e instável, deve apresentar-se a proa ou popa para a vítima se agarrar e nunca a meia nau para evitar que a mesma se possa virar.

Outra solução é o lançamento para junto da vítima de um cabo que flutue ou melhor ainda com uma boia na extremidade.

Nesta situação devemos observar:

  • A direção do vento e da corrente de modo a que o cabo seja arrastado para junto da vítima
  • Se a distância for grande deve atar- se à extremidade do cabo um objeto que ajude a lançar o cabo para mais longe sendo o ideal atar uma boia à extremidade.
  • Quando se lança uma boia esta deve cair um pouco para além da vítima pelo que o cabo deve ter comprimento suficiente para que tal aconteça (é melhor que seja a mais do que a menos).
  • Logo que a vítima agarre o cabo ou a boia a pessoa que está encarregue de o/a puxar deve fazê-lo lentamente e sem puxões bruscos para que a vítima não seja obrigado a largá-lo/a.

2. ASSISTÊNCIA EM QUE O “RD” NECESSITA IR PARA A ÁGUA

Logo que se verifique ser impossível efetuar o salvamento nas condições anteriormente descritas o “RD” deve lançar-se à água e nadar para junto da vítima, respeitando-se a sequência seguinte:

  • Colocar as barbatanas, a máscara e o tubo se o salvamento for feito em águas profundas. Se for feito a partir de terra o “RD” deverá deslocar-se até à água e só deverá colocar as barbatanas após ter agua até á cintura.
  • Se o “RD” tiver o fato isotérmico vestido deverá colocar o cinto de lastro pois pode ter que mergulhar para recuperar a vítima.
  • Os outros elementos que ficam no barco ou em terra (se os houver) deverão guiar, com sinais, o “RD” para junto da vítima pelo que este deverá ir a nadar de costas para ver esses sinais.
  • A vítima, depois de avistada, nunca mais deve deixar de ser referenciada enquanto se fazem os preparativos para a entrada na água do “RD” e até que este esteja perto dela. Se este estiver sozinho deverá nadar para a vítima mantendo a cabeça fora de água para nunca a perder de vista.
  • Um objeto flutuante ou uma boia, de preferência amarrada a um cabo, deve acompanhar normalmente o salvador para o auxiliar a rebocar a vítima para terra ou para a embarcação. Um colete suplementar, uma câmara de ar, um colchão pneumático, um fato isotérmico são objetos que podem constituir uma ajuda apreciável durante o salvamento.
  • O “RD” deverá dosear o seu esforço durante a aproximação da vítima a fim de não se cansar para poder efetuar o salvamento e regressar com a vítima (atenção à preparação física e treino frequente do “RD” descrita no respetivo módulo).
  • Se possível deverá ser despoletado todo o processo de emergência de modo a garantir a assistência médica à vítima após a sua recuperação.