Lesson 1, Topic 1
In Progress

A Vida Subaquática

ALGAS


O termo algas refere-se a um vasto grupo de organismos, unicelulares ou pluricelulares, do qual fazem parte desde as algas microscópicas, denominadas fitoplâncton, às algas existentes nas praias.

Em comum partilham o facto de nas suas células existis clorofila, uma classe de pigmentos com capacidade fotossintética. Durante muito tempo foram consideradas como plantas, no entanto não têm raízes, caules ou folhas verdadeiras. Apenas as algas verdes têm uma relação evolutiva com as plantas terrestres, todas as outras algas resultam de linhas independentes de desenvolvimento evolutivo.

As algas fazem agora parte do reino Protista. O seu papel ecológico é fundamental, já que o fitoplâncton constitui a base das cadeias alimentares marinhas, sustentando deste modo quase toda a vida marinha. O fitoplâncton é, também, o principal produtor primário, responsável por metade da produção fotossintética do planeta. As algas fornecem ainda refúgio a uma grande variedade de organismos. Algumas espécies têm, também, importância económica, pois são utilizadas nas indústrias alimentar, de cosméticos e farmaceutica.

ALGAS VERDES

As algas verdes, vivem na sua maioria em águas continentais, podendo colonizar habitats muito diversos. Compreende formas unicelulares e pluricelulares, podendo esta últimas atingir dimensões macroscópicas, com frondes bem desenvolvidas. Entre as algas verdes mais abundantes encontram-se a Ulva lactuca (alface-do-mar) e o Codium tomentosum.

ALGAS CASTANHAS

As algas castanhas são quase exclusivamente marinhas, com apenas três espécies de água doce. Encontram-se principalmente nas regiões de águas frias e temperadas. São plantas pluricelulares normalmente fixadas ao substrato. Algumas das espécies desta classe são as Laminaria hyperborea (laminárias) e a Fucus vesiculosus (bodelha). Estas plantas formam um excelente habitat para diversos organismos, quer vegetais quer animais e, se alguns deles podem viver sobre a fronde das laminárias, a maioria prefere as fendas e buracos dos seus órgãos de fixação.

ALGAS VERMELHAS

Estas algas são principalmente marinhas e encontram-se distribuídas por todos os mares do mundo, principalmente em águas quentes e tranquilas. Algumas das mais abundantes espécies nas nossas águas são o Gelidium sesquipedale (gelídeo), a Callophyllis laciniata e a Halurus equisetifolius.

LÍQUENES

Os líquenes resultam da simbiose entre uma alga e um fungo. O talo de um líquen consiste em regra numa parte foliar achatada e incrustante, agarrando-se a plantas, à rocha ou a outros substratos. O tecido constituinte pode ser macio ou áspero, liso ou rugoso, tufoso, ramificado, erecto ou prostrado. Alguns representantes deste grupo são a Verrucaria maura e a Ochorolechia parella.

PLANTAS


As Angiospérmicas, ou plantas com flor, ocorrem na nossa costa em ambientes tipicamente marinhos. Este grupo bastante homogéneo caracteriza-se por apresentar uma organização externa onde se pode distinguir raiz, caule, folhas e flor. O representante mais comum deste sub-reino é a Zostera marina (erva-do mar).

ANIMAIS


ESPONJAS (Filo Porifera)

As esponjas são animais com formas e cores muito variáveis.

O seu corpo é perfurado por vários poros pequenos por onde a água entra, permitindo as trocas com o meio. A saída da água é feita por um orifício de maiores dimensões chamado ósculo.

As esponjas vivem em quase todos os tipos de habitat, desde a zona entre marés até às grandes profundezas do oceano. A sua forma depende em grande parte do grau de exposição dos locais em que estão fixas. Assim, em zonas de grande exposição as esponjas são arredondadas ou achatadas contra o substrato, mas em locais abrigados assumem um padrão de crescimento diferente, apresentando hastes eretas com ramificações delicadas.

Uma característica interessante das esponjas é a facilidade com que se encontram associadas a outros organismos, tais como vermes e caranguejos.

Algumas das esponjas facilmente observadas durante um mergulho encontram-se a Myxilla incrustans e a Ircinia fasciculada (pertencentes à Classe Demospongiae).

MEDUSAS, ANÉMONAS E CORAIS (Filo Cnidária)

Estes animais não têm um esqueleto rígido interno, sendo a sua forma mantida pela pressão da água no seu interior. O seu corpo é caracterizado por ter uma abertura, que serve de boca e ânus, rodeada por tentáculos. A principal característica é a presença de células urticantes, chamadas cnidócitos.

Neste filo estão incluídos organismos com aparências distintas, embora com a mesma organização geral do corpo:

  • Hidrozoários (Classe Hydrozoa)
  • Alforrecas ou Medusas (Classe Scyphozoa)
  • Anémonas e corais (Classe Anthozoa)

Alguns representantes destas classes podem ser vistos com frequência, como a alforreca Rhizostoma pulmo (Classe Scyphozoa), a gorgónia Paramuricea chamaeleon ou as anémonas Corynactis viridis e Actinia equina, com várias formas e coloração (Classe Anthozoa).

ANELÍDEOS

Phyllodoce rosea

Os anelídeos (vermes) têm uma cavidade corporal verdadeira preenchida por um fluído. O corpo é dividido longitudinalmente num número reconhecível de segmentos cada um dos quais com sedas quitinosas. A cabeça é bem desenvolvida e está provida de vários órgãos sensoriais. A boca, abre no segundo segmento e o ânus abre no segmento terminal.

BÚZIOS, AMEIJOAS, POLVOS (Filo Mollusca)

Os moluscos representam o segundo maior grupo de animais, com cerca de 50.000 espécies vivas. Estes animais já têm orgãos estruturados em sistemas embora simples. O corpo divide-se em cabeça, massa visceral e pé. A principal característica dos moluscos é a sua concha, muito embora em alguns grupos ela possa ser reduzida ou mesmo ausente.

GASTRÓPODES

Estes moluscos são assimétricos e têm uma cabeça bem desenvolvida e um pé largo. A sua concha é univalve e normalmente enrolada em espiral. Entre os gastrópodes marinhos mais comuns está a Patella lusitanica (lapa) e o Gibbula umbilicalis (burrié). Também podem ser observadas com alguma facilidade a Haliotis lamellosa (orelha do mar) e a Aplysia punctata (vinagreira).

BIVALVES

Estes moluscos possuem simetria bilateral, e um corpo comprimido lateralmente e encerrado numa concha de duas valvas que estão unidas dorsalmente por um ligamento e uma charneira, fechando-se com o auxílio de um ou dois músculos adutores. Possuem igualmente um manto constituído por dois lobos achatados, cuja margem posterior forma geralmente sifões que controlam a entrada e saída da água.

Os bivalves são bentónicos e muitos vivem enterrados no sedimento do fundo. Os mais fácil de ver em mergulho são os Mytilus edulis (mexilhões), que vivem fixos a substratos duros.

CEFALÓPODES

Os cefalópodes tem um corpo cilíndrico e em forma de saco, e possuem um pé que se divide num número de tentáculos providos de ventosas, cercando a boca e unindo-se à cabeça.

Na maioria das espécies encontra-se uma concha interna, mais raramente externa e, por vezes, ausente. A boca conduz a um par de mandíbulas córneas que se assemelham a um bico de papagaio.

Nesta classe os indivíduos são agrupados pelo número de tentáculos. Os cefalópodes com dez tentáculos mais comuns são o Sepia officinalis (choco), a Loligo vulgaris (lula) e a Alloteuthis subulata (pota). O cefalópode com oito tentáculos mais comum é o Octopus vulgaris (polvo).

ARANHAS-DO-MAR, LAGOSTAS, PERCEBES, CARANGUEJOS (Filo Arthropoda)

É o maior de todos os filos animais com cerca de um milhão de espécies conhecidas. Os seus representantes possuem um exosequeleto de quitina, pelo que têm de efetuar mudas para crescerem. Apresentam simetria bilateral, corpo segmentado e patas articuladas com funções distintas. Este Filo divide-se num grande número de classes sendo a mais importante a Classe Crustácea.

CRUSTÁCEOS

Os crustáceos têm o corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdómen.

O exosesqueleto é formado por sais de cálcio e pode ser espesso e pesado. A cabeça tem dois pares de antenas e mandíbulas no quarto segmento. Os crustáceos apresentam formas corporais e ciclos de vida muito diversos. Entre os mais conhecidos, devido ao seu valor comercial está o Scalpellum scalpellum (percebe), o Crangon vulgaris (camarão), o Cancer pagurus (sapateira), o Maja squinado (santola) ou o Palinurus vulgaris (lagosta).

ESTRELAS-DO-MAR, OURIÇOS-DO-MAR, PEPINOS-DO-MAR (Filo Echinodermata)

Os equinodermes constituem um dos grupos mais aparentado com os cordados. São exclusivamente marinhos e têm no estado adulto um tipo especial de estrutura: apresentam simetria radiada, com a boca no centro de uma das faces do corpo e o ânus normalmente na parte central da face oposta.

O corpo pode ser globular ou apresentar extremidades mais ou menos distintas. No primeiro caso estão os ouriços-do-mar, como o Diadema antillarum (ouriço-de-espinhos-compridos), o Echinus esculentus (ouriço-do-mar) ou o Paracentrotus lividus (ouriço-das-poças). As estrelas-do-mar, como a Astropecten aranciacus (estrela-cavadora)ou a Marthasterias glacialis (estrela-do-mar), ou os ofiurídeos, como o Ophioderma longicauda, estão entre os equinodermes de extremidades distintas mais comuns.

Com um aspeto completamente diferente, os Holothuria forskali (pepino-do-mar) têm elementos esqueléticos muito reduzidos, conferindo ao animal uma textura macia.

O pepino-do-mar move-se apenas com o auxílio da parte anterior do corpo, ou seja, o animal move-se como um verme.

PEIXES, AVES, MAMÍFEROS (Filo Chordata)

Os cordados são animais que têm um cordão nervoso dorsal. Formam o conjunto mais familiar de todos os animais marinhos.

Os vertebrados, para além das características dos cordados, possuem uma espinha dorsal composta por muitas peças ósseas articuladas (vértebras) e dispostas em cadeia longitudinal. A cabeça é distinta e nela encontram-se órgão sensoriais muito desenvolvidos. Os vertebrados possuem frequentemente apêndices pares anteriores (peitorais) e posteriores (pélvicos).

Em termos de espécies conhecidas, os vertebrados são apenas uma pequena fração do Reino Animal. Contudo, eles incluem muitos dos organismos mais familiares, desde as lampreias até ao Homem.

PEIXES CARTILAGÍNEOS (Classe Chondrichtyes)

Esta classe inclui alguns dos maiores e mais vorazes animais marinhos e está representada por uma grande variedade de organismos que inclui desde a pequena Scyliorhinus canicula (pata-roxa) ao enorme Rhincodon typus (tubarão baleia), que apesar do tamanho se alimenta de plâncton, passando pelos diversos tipos de raias, desde a grande jamanta (também se alimenta de plâncton) até às tremelgas, de corpo arredondado e e que produzem descargas elétricas.

A descarga elétrica da tremelga não representa qualquer perigo para o homem, mas o espigão existente na base da cauda de algumas raias, como a uge, pode causar ferimentos dolorosos a um mergulhador mais descuidado.

Estes vertebrados com verdadeira mandíbula e esqueleto cartilaginoso não possuem raios ósseos nas barbatanas. A boca situa-se na face ventral da cabeça, e a pele é geralmente rugosa e áspera.

PEIXES ÓSSEOS (Classe Osteichthyes)

Engloba os peixes com maxilares verdadeiros e esqueleto ósseo. São peixes mais evoluídos com raios ósseos nas barbatanas e opérculo a cobrir as branquias, com bexiga gasosa na cavidade abdominal e com barbatana caudal simétrica.

Este grupo inclui o maior número de espécies de peixes existentes (mais de 25.000 espécies), constituindo a maior classe de vertebrados do planeta.

Esta elevada diversidade específica traduz um grande plasticidade adaptativa que resulta das suas adaptações tróficas e locomotoras que lhes permitiram colonizar literalmente todos os biótipos do meio aquático, desde o meio oceânico pelágico aos habitats estuarinos e de água doce.

A faixa costeira constitui um habitat preferencial para um grande número de espécies sendo impossível fazer uma descrição exaustiva das espécies que aqui ocorrem. Algumas podem ser facilmente observadas durante um mergulho junto à costa.